2.2. A Segunda Refeição: o
Almoço.
A tradição brasileira é a
de almoços substanciais e pesados em todos os sentidos. São pratos agressivos
tais como: churrascos, feijoadas, macarronadas, pirões, assados e outros.
Nossa orientação é
diferenciada neste aspecto. Embora o almoço deva ser uma refeição completa, é
importante saber dosar tal composição em no máximo 3 pratos com 5 componentes
diferentes, sendo o prato principal composto de salada crua, representando 50%
do total à ser comido na refeição, e sendo comido obrigatoriamente antes dos
outros pratos que seriam cozidos ou/e grelhados.
Assim, teríamos:
a) 1 Regulador verde e 2 Reguladores coloridos (amarelo e
vermelho);
b) 1 Construtor – em forma de feculentos ou cereal cozido, ou
assado, dependendo da combinação que for possível financeiramente para a
família;
c) 1 Energético – em forma
de algum alimento que seja compatível com os outros já citados.
É interessante observar o capítulo
sobre “A Lei da Combinação”, onde são apresentadas sugestões
2.3. Terceira Refeição: o
Jantar
O ser inteiro está cansado
de um dia de desgastes e anseia por descanso, por que abarrotaríamos o estômago
em sua hora mais sensível?
O hábito pernicioso de uma
terceira refeição pesada, força adaptações no relógio biológico que à médio e
longo prazo provocaria o fim de cerca de 40% da força digestiva, causando
lesões no estômago e nos órgãos associados criando uma insuficiência tal, que
seria muito complicado para recuperar-se quando o mal estabelecer-se.
Durante o sono acontece o
período de reorganização neurossensorial e a ação metabólica cai muito. A
proporção é de 80% para 20%. Se o jantar for pesado, o trabalho digestivo
ocuparia a atenção do sistema nervoso nutrindo e não eliminando pelo menos
durante 5 à 6 horas após o jantar.
Substâncias provenientes da degradação
das proteínas circulariam provocando estímulos e irritações. Os elementos
nocivos provenientes dessa refeição criariam dificuldades para neutralizações e
evacuações ao longo das próximas 24 horas. O trabalho de eliminação interna
seria prejudicado e assim, diversas toxinas facilmente seriam acumuladas e
depositadas no organismo.
O ponto máximo para a boa digestão
acontece no período da manhã no início da fase de consumo. O ponto máximo de
descanso ocorre na noite, no pleno repouso do corpo, enquanto nossa mente
assiste a algum “filme” num sonho onde somos o personagem principal.
Cada
pessoa vai necessitar de energia para o trabalho do dia; de manhã os órgãos
digestivos estão em plena forma (após o repouso) para suas funções. Um jantar
leve, só frutas, ou suco de frutas, prepara o organismo para a boa digestão e o
bom aproveitamento da primeira refeição.
O ideal para a terceira refeição seria
só frutas. No máximo poderia ser acrescentado pão torrado ou equivalente. Nada
de proteínas, nem gorduras. Esta postura possibilitará o seguinte:
a) Favorece o sono;
b) Permite restauração do
sistema nervoso;
c) Evita absorção de
toxinas;
d) Contribui para
longevidade;
e)
Poupa a tão solicitada energia vital.
Em casos excepcionais de
subnutrição ou perda do peso excessivo, temos utilizado com sucesso um jantar
“mais forte”, que poderia ser a repetição do desjejum ou do almoço, mas
cuidando criteriosamente da questão da Lei da Regularidade. Convém salientar
que seria uma situação que não deveria ser considerada vitalícia, mas
circunstancial. Um acompanhamento proximal do profissional de saúde
especializado poderá favorecer muito na situação em pauta.
3) Terceira Lei: A Lei da Temperatura.
Em matéria de alimentação, existem duas escolas. Para estabelecer
o valor dos alimentos a escola mais antiga faz uma análise química minuciosa. A
escola mais recente se preocupa principalmente com o valor biológico dos
alimentos que usamos nas refeições. A primeira escola estabeleceu bases
calóricas para nossa alimentação, a segunda escola não se preocupa com
proteínas, carboidratos e calorias dos alimentos, mas classifica os alimentos
pelo seu valor biológico, pela sua vitalidade. (David Werner).
A digestão é um processo de fermentação microbiana que requer
determinada temperatura para desenvolver-se de forma normal e conveniente.
Não há e
nunca haverá digestão saudável se a temperatura do sistema digestório inteiro
não for de 37 graus. O sangue puro só se forma nesta condição.
Então perguntamos: por quê?
Se a temperatura do tubo
digestivo for superior a 37 graus ou, se for muito abaixo de 36 graus, favorece
a putrefação dos alimentos dentro do sistema digestório, corrompendo toda sua
bioquímica, fermentando tudo no tubo (que envolve estômago, intestinos, etc.).
Observa-se nos dias mais
quentes do verão, quando um prato de comida azeda em poucas horas. Para evitar
esta putrefação dos alimentos, foi criado o “frigorífico”.
O extraordinário naturista
chileno Manoel Lezaeta Acharán, codificador da Doutrina Térmica Naturista,
ensinava que ao “refrigerar-se” o interior do ventre do indivíduo, evitava-se assim
as putrefações intestinais.
Os 37 graus são a
temperatura normal do corpo humano. Não é uma temperatura selecionada ao acaso,
mas trata-se de uma determinação precisa. Falamos aqui de uma questão de
anátomo-fisiologia humana.
Se a elaboração do vinho
ultrapassar o grau correto de temperatura, ele se avinagra pela fermentação.
Assim são os intestinos em suas funções normais.
O calor anormal do
estômago e dos intestinos, febre interna que, em grau variável, favorece a
putrefação dos alimentos – priva o organismo das substâncias de que necessita,
e em troca, incorpora no seu sangue substâncias decompostas, inúteis e
prejudiciais. Daqui, compreendemos que todo enfermo é um desnutrido e
intoxicado – em grau variável.
A presença da febre, ou
melhor, da alteração da temperatura do sistema digestório, indica sempre a
causa única de todos os distúrbios orgânicos, sejam eles quais forem.
O que é importante
sabermos é que na questão da temperatura gastrintestinal, a irritação, a
inflamação e a congestão das mucosas e paredes do estômago e do intestino,
estabelecem-se paulatinamente no quadro da febre.
Por isto é fundamental
entendermos que:
a) Desde que deixa o peito materno o ser humano vive fermentando
seu sistema digestório e, faz isto até morrer desta causa (dita natural);
b) Quando os naturistas interferem no processo, apenas “resfriam”
a temperatura gastrintestinal, pois a temperatura certa não haverá cura
verdadeira na estrutura afetada.
Vamos a explicação: toda
estrutura biocelular, toda cronobiologia intracelular, todo o sangue e todo o
sistema nervoso – juntos estão afetados devido à febre gastrintestinal.
Ao submetermos o sistema
digestório ao longo de nossa vida pela desobediência as sete leis expostas aqui,
congestionamos e lesionamos seriamente o estômago e a mucosa intestinal. Isto
vem desde a infância e segue por toda a vida.
A febre torna-se crônica,
vitalícia, atua 24 horas do dia e afeta-nos completamente.
Os vasos capilares
dilatam-se retendo muito sangue nas vísceras e, assim, a temperatura eleva-se.
A congestão intracelular aumenta pela periódica chegada de novos lixos
provenientes de nossos hábitos intoxicantes.
A fermentação pútrida, o
desenvolvimento de gases tóxicos e ácidos corrosivos que privam o sangue de
substâncias puras e nutritivas, fazem sua obra sinistra. O meio interno celular
e o meio externo se enchem de radicais livres e ácidos pesados.
O fluido vital de venenos
que produzem novas irritações, inflamam e congestionam, tornam o sangue um
“caldo para alimentação de vermes e micróbios”.
O mal estar leva o
moribundo à medicina medicamentosa, que lhe enche o corpo de drogas para
aplacarem os sintomas que está sentindo, chama tais “anormalidades” de “patologias”
e acabam por interromper a eliminação natural que se havia estabelecido e a
toxemia é incubada no interior do corpo. Toda esta situação ocorre por causa da
nutrição inadequada que gera desnutrição e intoxicação intracelular.
Sendo que desde a
infância, o homem inicia o processo de degeneração dos seus órgãos digestivos,
agravando este desarranjo por alimentação inadequada, é um milagre de Deus que
vivamos até 60 ou 70 anos.
Disto retiramos a seguinte
conclusão: uma vez que os desarranjos digestivos são o ponto de partida e apoio
da enfermidade (toxemia), qualquer tratamento curativo deve objetivar a
normalização da digestão com o combate à febre das vísceras.
Tal refrescamento visceral
pode ser feito imediatamente através da hidroterapia e geoterapia – mas a longo
prazo, ou seja, no período de 10% do tempo de vida do indivíduo, pode-se
restaurar a vida cronobiológica básica e, a única técnica naturista que pode
efetuar esta restauração é a Educação Alimentar.
Os doentes não sabem o que
tem porque, insensível e progressivamente, a saúde original vai acabando.
Crê-se que não há doença sem dor e se não sentimos dores, julgamos que estamos
bem de saúde. A ausência de dores não é regra para conhecer-se a qualidade de
nossa saúde. A ausência de dores, muitas vezes é sinal de grave perigo, pois os
estímulos de proteção podem estar seriamente comprometidos pela toxemia profunda.
Nesta Lei da Temperatura o
que há de mais importante é: cuidado com o que colocamos no estômago porque
deve favorecer o equilíbrio térmico e não alterá-lo negativamente.
4) Quarta Lei: A Lei da Qualidade
Mesmo nos últimos tempos a fome tem matado mais gente do que a
própria guerra. Mas o número dos que assim morrem, ainda é pequeno em
comparação com os que morrem num regime alimentar inadequado para manter a
saúde e que, por isso mesmo, sofrem em maior ou menor grau de doenças de
nutrição. (Lord John Boyd Orr).
O que comer?
Quem comeria de sã consciência, alimentos estragados e podres?
A maior prova de que o que comemos determina nossa qualidade de
saúde ou doença está nesta questão. Se comermos comida azeda, teremos uma
infecção ou inflamação gastrintestinal, haverá transtornos gerais que
atrapalharão todo o organismo, inclusive com risco de morte prematura.
Agora, a questão da qualidade é um pouco mais ampla do que prazos
de validade dos alimentos. Os outros aspectos seriam relacionados com crescimento, processamento, comercialização
e armazenamento dos alimentos. E ainda há a questão dos falsos alimentos,
dos produtos que o povo pensa que são comida e são venenos.
Existe variação nos
alimentos que nos oferecem nas grandes cidades e até mesmo nas pequenas porque
há o empobrecimento do solo, o armazenamento prolongado, com os aditivos
químicos, com a industrialização que adultera, com o tratamento específico do
alimento em si.
A verdade é que não há
alimento disponível para toda a população sem afetação estrutural – hortas
orgânicas são raras e poucas pessoas entendem deste tema. Outros possuem pouco
dinheiro e, comem o que podem.
Assim, por questões
financeiras, falar da qualidade alimentar é um assunto delicado, pois certas
situações são exclusivamente sócio-econômicas. Seríamos infantis se disséssemos
que a sociedade brasileira, por exemplo, pode oferecer a toda a população uma
alta qualidade de produtos naturais.
Isto não é possível devido
aos gigantescos obstáculos que evidentemente temos conhecido continuamente,
dentre os quais estão as máfias industrializantes.
O mais sensato a fazer é buscar associações de cultivadores de hortas
orgânicas, e que possam selecionar na medida do possível o que for melhor,
todavia, especialmente na Região Nordeste Brasileira, onde há milhões que não
sabem se terão o que comer hoje na próxima refeição, quanto menos a qualidade
do que será.
Esta é a Lei mais sensível
e social da dietética naturista: a fome por escassez. O que fazer para dar
comida de boa qualidade para o povo? É necessário empenho e cuidados especiais
neste ponto que um homem sozinho jamais conseguira realizar.
Devemos ingerir uma ampla
variedade de frutas, vegetais, grãos integrais e leguminosos. Os alimentos
concentrados, misturados, adulterados, ou cheios de muita condimentação, devem
ser evitados ou abandonados.
Para
manter este padrão alimentar, será preciso adotar a postura pessoal de buscar
residência em cidades do interior e não em
metrópoles.
É necessário, porém, que
comamos uma boa variedade de alimentos não industrializados. A variedade
evitará que nosso corpo se vicie com substratos inadequados à formação de
sangue de boa qualidade.
Sugiro a leitura de
alguns livros que poderão favorecer a compreensão sempre presente e atual:
·
Relatório
Órion – Márcio Bontempo – Editora L&PM – Porto Alegre, RS.
·
Nutrição
orientada – Durval Stockler de Lima – Casa Publicadora Brasileira, SP.
·
Alimentação
Desintoxicante – Conceição Trucom – Editora Alaúde, SP.
·
A
Dieta Que Evita o Câncer – Daniel Boarim – Edições Vida Plena, SP.
·
Você
Sabe Se Alimentar? – Dr. Soleil – Editora Paulus, SP.
Na
questão da qualidade do que comemos, estas obras poderão ajudar-nos a
compreender, ao lado de outras pesquisas que já podem ser amplamente
encontradas na Internet, quais são algumas substâncias que chamamos alimentos,
temos na conta de serem alimentos; mas, na verdade envenenam o sangue
gravemente, porque fermentam ou são em si mesmos fermentos ou coquetéis
químicos.
Apresentamos
aqui uma lista como não ideal, mas que poderemos ler nos títulos sugeridos, ou
em outros materiais de pesquisa são:
·
Açúcar branco, com seus
derivados clássicos: balas, bombons, chicletes, picolés, sorvetes, pudins,
tortas, doce de leite, refrigerantes (todos os tipos), enlatados doces de todo
tipo (industrializados), empacotados doces de todo tipo (industrializados),
biscoitos, bolos mal elaborados e cheios de ovos; pães não integrais, pizza,
sucos de lanchonetes, dentre outros que deve-se investigar. O açúcar é
desmineralizante e, segundo o Dr. Márcio Bontempo: um ladrão orgânico.
·
Sal refinado: que tem
certas doses descontroladas de óxido de cálcio (cal de parede). Segundo Dr.
Bontempo, o sal tem nele: Iodeto de potássio, Óxido de cálcio, Carbonato de
cálcio, Ferrocianato de sódio, Prussiato amarelo de sódio, Fosfato tricálcio de
alumínio, Silicato aluminado de sódio, Dextrose , Talco mineral.
·
Carnes: “O gado bovino (bem como o suíno,
as aves, coelhos etc.) é criado geralmente fora das condições de equilíbrio com
as leis naturais, o que exige correção medicamentosa de várias doenças, pragas
e enfraquecimento, por meio de grandes quantidades de vitaminas, cálcio, sais
minerais diversos e vacinações repetidas. As vacinas aplicadas no gado podem
provocar variadas reações alérgicas nos seres humanos, pois ao gerarem uma
reação de anticorpos nos animais produzem “confusão” no sistema retículo
endotelial do consumidor. “Também presentes nas carnes, principalmente bovina e
a de aves, os antibióticos representam sério perigo. Sabemos bem e conhecemos os
efeitos da ingestão constante de pequenas doses de antibióticos: resistência
bacteriana, com o surgimento de infecções constantes que exigem tratamentos
mais complicados e antibióticos fortes e mais específicos. “Chamamos a atenção
também para a presença do DDT na carne, seja devido aos carrapaticidas ou pela
ingestão do mesmo através da forragem. “A carne consumida hoje nos grandes
centros geralmente ficou alguns meses num frigorífico (à espera de que seu
preço se elevasse, garantindo assim mais lucro). Com isso ela esfria e se torna
desvitalizada. Isto “exige” o acréscimo de nitrato de potássio e sulfito de
sódio. “Cancerígeno também
é o benzopireno, derivado do alcatrão da hulha (mesma família dos corantes,
aromatizantes etc.), muito concentrado em churrascos e carnes para
hambúrgueres. Um Kg de carne de vaca comum possui a mesma quantidade de
benzopireno encontrado em 600 cigarros.
· Ovos: que nos que são de granja são na verdade óvulos carregados
de cloranfenicol e outras toxinas que podem causar diversos danos no corpo.
· Pescados e laticínios: carregados de cloranfenicol, nistatina e
outros produtos de preservação que alteram a química de nosso corpo.
· Margarinas: cheias de aromatizantes, antioxidantes, acidulantes,
etc.
· Outros componentes tóxicos: enlatados em geral, chocolates,
farinhas e papinhas lácteas, cafés instantâneos, dentre outros.
· Todas as farinhas refinadas.
· Todos os refrigerantes e bebidas alcoólicas.
5) Quinta
Lei: A Lei da Combinação Alimentar Correta
Nos últimos anos, foi registrado o efeito curativo dos alimentos
crus sem agrotóxicos em casos de câncer, artrite, cálculos biliares,
tuberculose, diabetes, de problemas do coração, do estômago, do intestino, da
pele, da próstata e muitas outras doenças. Essa alimentação significa prevenção
de doenças para a pessoa saudável e esperança para o doente que já foi
desenganado pelos médicos. (Ernest Günter).
A
digestão depende dos alimentos quanto à sua correta combinação. A arte e a
ciência de combinar corretamente os alimentos deve ser considerada
cuidadosamente.
A Doutrina Térmica Lezaeta classifica os alimentos em dois
grupos apenas, a saber:
a) alimentos que
refrescam; e,
b)
alimentos que tornam febril o aparelho digestivo.
Num único momento temos os alimentos que se comem crus, no seu
estado natural e os alimentos cozidos, que exigem um prolongado esforço
digestivo, congestionando as mucosas do estômago e elevando assim a sua
temperatura. Esta febre agrava-se com alimentos cadavéricos, produtos
industrializados, bebidas alcoólicas e os condimentos excitantes.
Os nutricionistas possuem ampla e complexa classificação para cada
alimento. Outros acham bobagem classificar os alimentos e subordinam tudo à
ingestão de tudo em uma miscelânea toxêmica.
A verdade é que combinar alimentos corretamente é uma arte e uma
ciência que exige muito cuidado.
O público não conhece e
não entende de combinação alimentar, por esta razão, os Naturopatas, têm uma
positiva parcela de contribuição a oferecer.
O trabalho do naturopata é
evitar perturbações digestivas que podem surgir se houver combinação imprópria
e, evitar com isto o surgimento da fermentação gastrintestinal que contamina o
cérebro através do sangue enfermiço.
É fato incontestável de que um boi que produz carne, leite, couro,
gordura, manteiga e outros ingredientes usados largamente na sociedade, adquire
sua energia de uma única fonte alimentar – os vegetais.
Ao criar o homem, Deus não lhe disse: comerás vitaminas, hidratos
de carbono e proteínas – antes Sua palavra foi:
Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham
na superfície de toda a terra, e todas as árvores em que há fruto que dê
semente; isso vos será para mantimento. (Gênesis 1:29).
Ela (a terra) produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a
erva do campo. (Gênesis 3:18).
Assim, a postura do naturopata é de uma técnica simples, natural,
original e totalmente compatível com a vida e sobrevivência da raça humana.
As frutas, verduras e
ervas são alimentos reguladores, pois possuindo vitaminas e sais
minerais, regulam o funcionamento do corpo, resumido em nutrição e eliminação
de substâncias orgânicas;
Os cereais e os
feculentos, bem como as raízes, são ricos em hidratos de carbono, são pois alimentos
energéticos, comunicam energia ao corpo para funcionar e aquecer-se.
As
sementes, que são leguminosas, nozes e algumas oleaginosas, são alimentos
construtores, pois possuem proteínas, para construir e reparar células dos
tecidos do corpo.
5.1. Combinando Alimentos.
5.1.1. As Tabelas de Base Pura
A presente apresentação é a caracterização de uma alimentação que
consideramos pura, ou seja, trata-se de uma base alimentar de alto valor para
quem a pratica. Não possui qualquer complicação e é o mais crua quanto
possível.
Passemos à classificação da tabela geral.
Esta primeira é pertinente
ao desjejum:
Idéias
de Desjejum
|
Pão
|
Fruto
semi-ácido
|
Mel +
Leite ou Yogurte
|
Fruto
doce
|
Mel +
Leite
|
Fruto
seco
|
Mel +
Leite ou Yogurte
|
Fruto
semi-ácido
|
Fruto
Oleaginoso
|
Cereal
ou Granola
|
Fruto
doce
|
Fruto
Oleaginoso
|
Fruto
doce + fruto seco
|
Mel +
Leite ou Yogurte
|
Fruto
seco
|
Mel +
Leite ou Yogurte
|
Aspectos
importantes nesta composição de matinal:
a) evite usar mais do que
um cereal, embora isto não seja uma proibição (caso da granola);
b) se for cozinhá-lo,
faça-o no mínimo por 15 minutos;
c) se for comê-lo cru,
mastigue-o bem;
d)
recomendo, especialmente: aveia, milho e derivados e fibra de trigo – pois são
extraordinariamente baratos e de fácil acesso.
Esta outra Tabela já é bem diferente e, recomendada ao almoço:
Se
qualquer pessoa comer neste almoço na proporção a seguir, o nível de
alcalinidade do sangue subirá a alturas impressionantes que possibilitarão uma
altíssima elevação de nutrição e eliminações.
Recomendamos que se coma sempre:
a) 50% do
prato - as 2 verduras;
b) 25% do
prato – as 2 hortaliças;
c) 25% do prato - o único escolhido dentre os três: ou cereal, ou
feculento, ou leguminoso – que passou pelo fogo com certeza.
O jantar, também na linha da dieta pura consiste em uma composição
que pode ser assim definida:
Idéias
do Jantar
|
Fruta
Ácida
|
Leite
ou Yogurte
|
Mel +
Fruto Seco
|
Fruta
Ácida
|
Pão
Torrado
|
|
Erva
Digestiva (Chá)
|
Pão
Torrado
|
Fruta
Doce
|
O mesmo
do desjejum é uma outra opção interessante.
|
5.2. Tabela de Indicação de Produtos
Frutos
Ácidos
|
laranja,
limão, abacaxi, manga, tamarindo, acerola, graviola, ameixa amarela, cajá,
morango, grapefruit, cupuaçú, mangaba, pitanga, kiwi, cajarana, umbú,
bergamota, jaboticaba, romã, amoras, ananás, tangerina, framboesa.
|
Frutos
Semi-Ácidos
|
goiaba,
maçã azedinha, uva, pêra, pêssego, ameixa vermelha, caju, caqui, cereja,
damasco, maracujá
|
Frutos
Doces
|
mamão,
banana, abacate, cana de açúcar, figo, maçã argentina
|
Frutos
Monofágicos
|
melão,
melancia, jaca, jenipapo
|
Frutos
Oleaginosos
|
gergelim,
amendoim, nozes, castanha de caju, castanha do Pará, avelãs, linhaça,
azeitona, óleo de milho, azeite oliva, óleo girassol, óleo gergelim, óleo
linhaça, leite de côco, pecã, semente de abóbora, pinhão
|
Frutos
Secos
|
uvas passas,
côco, ameixa preta
|
Verduras
|
alface,
agrião, coentro, salsa, cebolinha, acelga, espinafre, brócolis, dente de
leão, tomate, folhas de cenoura e beterraba, couve (verde/mineira), chicória,
mastruço, folhas do feijão
|
Hortaliças
|
abóbora,
quiabo, vagem, pimentão, pepino, cebola, repolho, ervilha em vagem, alfavaca,
aspargos, chuchu, couve flor, palmito, alcachofra
|
Mel
|
mel
puro, própolis, geléia real, cêra de colméia
|
Coalhadas
|
yogurte,
coalhada de leite de gado ou de cabra
|
Leguminosos
|
amendoim,
feijão (de todo tipo e cor), soja, lentilha, fava, ervilha em grãos, grão de
bico, feijão azuki
|
Feculentos
e Tubérculos
|
batata,
batata doce, macaxeira (aipim), inhame, mandioca, taioba, nabo, mandioquinha,
rabanete, cará, cenoura, beterraba
|
Cereais
|
gérmen
de trigo, aveia, centeio, milho, canjica, arroz, farinha de trigo, fibra de
trigo (ou farelo), fubá, pipoca, canjiquinha (ou xerém), cuscuz, macarrão
integral, cevada, triguilho, trigo sarraceno, sorgo,
|
Pão
|
pão
integral de fibra (ou farelo), pão de centeio, pão de côco e milho, panetone
naturista
|
Leite
|
de gado
ou de cabra, deve ser bem fervido e de preferência transformado em yogurte ou
coalhada
|
Ovo
|
somente
cozido por mais de 10 minutos e bem picado e moído
|
Açúcares
|
açúcar
mascavo, melado de cana
|
Sal
|
sal
marinho puro
|
Cremosos
|
manteiga
pura, creme de leite, requeijão
|
Queijos
|
queijo
fresco (somente)
|
Ervas
Especiais
|
capim
santo (cana do brejo), erva cidreira, hortelã, boldo do Chile, carqueja,
capuchinha, malva, espinheira santa, cavalinha, losna, jurubeba, melissa,
quebra pedra, picão, sálvia
|
5.2.1. Tabela Geral de Classificação Trofoterápica
|
|
Fruto
Ácido
|
Fruto
Semi
|
Fruto
Doce
|
Monofágico
|
Oleaginoso
|
Fruto
Seco
|
Verdura
|
Hortaliça
|
Leguminoso
|
Feculento
|
Iogurte
|
Mel
|
Cereal
|
Pão
|
Leite
|
|
Fruto-ácido
|
P
|
|
|
Fruto-semi
|
N
|
P
|
|
|
Fruto-doce
|
N
|
N
|
P
|
|
|
Monofágico
|
N
|
N
|
N
|
N
|
|
|
Oleaginoso
|
B
|
B
|
B
|
N
|
O
|
|
|
Fruto
seco
|
B
|
O
|
O
|
N
|
N
|
B
|
|
|
Verdura
|
N
|
N
|
N
|
N
|
O
|
N
|
O
|
|
|
Hortaliça
|
N
|
N
|
N
|
N
|
O
|
N
|
O
|
O
|
|
|
Leguminoso
|
N
|
P
|
P
|
N
|
N
|
N
|
O
|
O
|
N
|
|
|
Feculento
|
N
|
P
|
P
|
N
|
O
|
O
|
O
|
O
|
N
|
N
|
|
|
Iogurte
|
B
|
B
|
O
|
N
|
N
|
B
|
N
|
N
|
P
|
O
|
O
|
|
|
Mel
|
B
|
B
|
O
|
N
|
N
|
B
|
N
|
N
|
B
|
O
|
B
|
O
|
|
|
Cereais
|
N
|
P
|
B
|
N
|
B
|
B
|
O
|
O
|
N
|
N
|
B
|
O
|
N
|
|
|
Pão
|
P
|
B
|
B
|
N
|
B
|
B
|
O
|
O
|
N
|
N
|
B
|
B
|
N
|
O
|
|
Leite
|
B
|
B
|
B
|
N
|
P
|
B
|
N
|
N
|
N
|
P
|
B
|
B
|
B
|
B
|
O
|
|
P –
significa que a combinação é passável, dependendo da tolerância pessoal
N –
significa que a combinação jamais deverá ser realizada, pois causa imediata
fermentação
B –
significa que a combinação é boa, mas, há casos em que alguns não se dão bem
O –
significa que a combinação é ótima
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
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6) A Sexta Lei: A Lei do
Valor da Mastigação, Ensalivação, Degustação e Deglutição
Os
quatro primeiros momentos da digestão ocorrem na boca, onde estão os dentes, as
glândulas salivares e a língua. O processo de interatividade do alimento com
estas partes é tão essencial que, se não houver cuidadosa atenção de nossa
parte para tal, começaremos toda a nossa condição dietética absolutamente fora
do ideal. Estes quatro primeiros momentos são a mastigação, a ensalivação, a
degustação e a deglutição.
Eles acontecem quase que
simultaneamente e, devemos ter bem esclarecido que se nosso início for
incoerente com o que deve ser feito realmente, sob o ponto de vista dietético,
estaremos comprometendo todos os demais processos que virão a seguir, os quais
são digestão, absorção intestinal e eliminação fecal.
A pergunta imediata é: por que devemos dar cuidadosa atenção a
estes momentos iniciais da digestão?
Algumas considerações
oportunas são:
Nem mesmo a satisfação do
paladar depende tanto da quantidade do alimento engolido quanto depende do
tempo que o mesmo permanece na boca. Os que são excitados, ansiosos ou
apressados, fariam bem em não comer até que tivessem encontrado tranqüilidade
ou repouso; pois as faculdades vitais, já duramente sobrecarregadas, não podem
suprir os necessários fluidos digestivos.
Muitos cometem o erro de beber água fria nas
refeições. Tomada com as refeições a água diminui a secreção das glândulas
salivares; e quanto mais fria a água, tanto maior o dano causado ao estômago.
Água ou limonada geladas ingeridas às refeições paralisa a digestão até que o
organismo haja comunicado ao estômago calor suficiente para recomeçar seu
trabalho. As bebidas quentes são debilitantes; além disso, os que se permitem
usá-las tornam-se escravos do hábito. O alimento não deve ser impelido para
dentro com água; não é necessária bebida com as refeições. Comei devagar, e
deixai que a saliva se misture com a comida. Quanto mais líquido for posto no
estômago com as refeições, tanto mais difícil é para a digestão do alimento;
pois esse líquido precisa ser absorvido primeiro. Não useis demasiado sal;
abandonai o picles; excluí
de vosso estômago alimentos ardendo de condimentos; comei frutas com as
refeições, e a irritação que reclama tanta bebida cessará. Se, porém, alguma
coisa é necessária para extinguir a sede, água pura, tomada pouco tempo antes
ou depois da refeição, é tudo quanto a natureza requer. Nunca tomeis chá, café,
cerveja, vinho ou qualquer bebida alcoólica. Água, eis o melhor líquido
possível para limpar os tecidos. (
Ellen G. WHITE).
7) A Sétima Lei: A Lei da
Eliminação dos Excrementos Fecais
O tubo digestivo,
principalmente na parte em que o intestino delgado se encurva, está muitas
vezes coberto por “colas”, “vernizes”, “caroços duros” (sais tóxicos). As
diarréias e enterites são tentativas de libertação para expulsar essas
substâncias estranhas.
A prisão de ventre é
causada por uma insuficiência das secreções biliares e pela secagem das
glândulas mucosas, esgotadas pela acidose alimentar. A estagnação das matérias
provoca o alongamento das bolsas estomacais e intestinais (ptoses).
As irritações (estomatite,
gastrite, etc.) são “fluxos” que preparam os catarros libertadores de humores,
infelizmente 90% da sociedade têm com certeza este tipo de enfermidade, a
colite intestinal.
As úlceras que nasceram em
diversos locais do tubo digestivo não são mais do que crateras onde se escondem
os focos do entupimento humoral (toxemia do sangue e da linfa). O tubo
intestinal, nestes casos é, não só um canal que recebe hiper-excreções, mas um
valioso canal de purificação, como um esgoto coletor de imundícieis para
eliminá-las.
O sangue e a linfa se encarregam de trazer-lhe estas substâncias
toxêmicas. O intestino é uma via de eliminação direta (as fezes) e indireta
(encontramos muitas vezes nas fezes, substâncias medicamentosas que fora
injetadas nos músculos ou nas veias).
A
eliminação direta das matérias fecais deve realizar-se duas e mesmo três vezes
por dia. Contudo, verificamos que, correntemente, a defecação é realizada
apenas uma vez diariamente, e existem casos bastante numerosos em que, as
pessoas defecam duas ou três vezes por semana (colite crônica).
A maioria da população
acredita que é normal comer-se diariamente um quilo de alimento (ou mais) e
defecar menos de duzentas gramas por dia ou mesmo por semana. A dilatação do
ventre é uma característica segura e precisa de que há colite. Esta é sem dúvidas
a mãe de todas as doenças.
Desta forma milhões de
pessoas carregam em seus corpos, durante anos, até a morte, um enorme bolo de
fezes apodrecidas e que encharcam o sangue de toda espécie de venenos
fermentativos.
A medicina medicamentosa dá pouca ou nenhuma evidência a este
fato. Afinal, mais da metade dos ditos profissionais da saúde sofrem dos males
da prisão de ventre e muitos fumam e usam bebidas alcoólicas. O próprio perfil
corporal destes identifica-os entre os que não sabem como cuidar da saúde
própria, em razão da escravidão a certos vícios.
Poucos
observam que a raiz de toda esta problemática está na boca. Tudo o que já
dissemos até aqui é de fundamental influência, mas, há outro fator
especialmente delicado: A necessidade de mastigação completa e
calma deglutição.
Os regimes hipotóxicos que
chegam aos nossos intestinos são provocados por uma mastigação acelerada, por
deglutirmos alimentos inteiros e não utilizarmos os dentes para a sua principal
finalidade, que é a de mastigar. Nossas vísceras são preguiçosas, irritadiças e
constipadas, porque somos preguiçosos no mastigar.
Sem paz de espírito ao sentarmos à mesa, engolimos os alimentos
sem mastigá-los. Isto é um mal que certamente irá resultar no mínimo em
dispepsia.
Observa-se
que a população brasileira é dada às misturas do tipo: feijão seco, arroz de
massa branca, macarrão, molhos, pimenta e carne de toda espécie, acrescida de
uma “cachacinha” antes e um refrigerante ou cerveja depois, é grandemente
afetada por todo tipo de pestilências de origem gastrintestinal. Não há nenhum
meio de cura à não ser a reeducação alimentar para um estilo de vida mais
saudável, onde este modelo alimentar deve ser absolutamente erradicado para
sempre.
Assim
como é preciso assegurar no seu começo o êxito do processo digestivo, é preciso
também cuidar de sua última fase, a expulsão dos resíduos se faça deforma
conveniente e oportuna. O corpo de todos os animais descarrega, várias vezes
por dia, os resíduos da digestão. Desgraçadamente, sobretudo nas cidades, são inumeráveis
as pessoas que retêm no seu corpo imundícies provenientes de uma alimentação
cadavérica e artificial. Este mal, endêmico entre as mulheres, é a principal
causa das doenças em que intervêm o cirurgião com a extirpação de órgãos ou
mutilações no baixo ventre.
Condição indispensável
para manter a saúde é evacuar o ventre pelo menos todos os dias de manhã e
antes de deitar. Para que esta função se efetue de forma completa é
indispensável adotar a posição de cócoras, corrente no campo, a única natural e
necessária para assegurar a livre e completa evacuação, pois nas bacias em uso
com posição sentada, o intestino grosso não se mobiliza normalmente por falta
de pressão dos músculos das coxas, retendo matérias fecais que envenenam o
sangue.(Manuel Lezaeta Acharán).
É necessário insistir que o correto é
saber que nossas vísceras precisam eliminar diariamente 70% do peso (Este número é estimativo e oscila entre 50%
a 75%, dependendo do tipo de dieta que se possua) do que normalmente
comemos no dia a dia. Uma pessoa que ingere um quilo de comida por dia não pode
ficar dois ou três dias sem eliminar nada de suas vísceras.
Comentando sobre importância de manter
os intestinos limpos o Dr. Soleil declara:
“Irrigação do cólon – Essa lavagem
requer muita água. É feita com aparelho próprio, de tubo duplo que permite a
evacuação simultânea. Aplicada por um profissional experiente, essa irrigação é
eficaz para limpar profundamente o cólon no qual estão retidos dejetos não
evacuados (às vezes, há dezenas de anos). Sentir o intestino limpo
proporciona uma extraordinária sensação de bem estar”.