segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ácido Úrico

O excesso de ácido úrico pode causar gota


ÁCIDO ÚRICO: o causador da gota
Exames de sangue e de urina são os primeiros passos para verificar o excesso dessa substância no organismo e, assim, afastar a chance de problemas - desde a formação de cristais até a temida inflamação das articulações
1 O que é ácido úrico?
É um produto natural do organismo, já que 90% dele é formado a partir do metabolismo de uma substância chamada purina (que é um dos componentes do DNA). Apenas 10% vêm dos alimentos consumidos diariamente. Uma parte desse total costuma ser eliminada pela urina, enquanto que o restante fica circulando no corpo sem causar problemas de saúde. O índice de ácido úrico, no entanto, não deve ultrapassar o nível máximo de 6,8 mg por 100 ml de sangue. Caso contrário, o excesso dessa substância pode virar cristais, que vão sendo depositados nas articulações e podem levar a um intenso processo inflamatório, com inchaço das juntas. E pelo menos 20% dos casos de ácido úrico elevado geram um estado dolorido, conhecido como gota.
2 Por que ocorre o desequilíbrio?
Por dois motivos metabólicos: ou o paciente é um hiperprodutor ou um hipoexcretor. No primeiro caso, o organismo está produzindo muito ácido úrico e, mesmo tendo uma excreção normal, não consegue eliminar o suficiente para deixar a taxa baixa. No segundo (que corresponde a 90% dos pacientes), apesar de a produção ser normal ou aumentada, os rins só conseguem eliminar pouco ácido úrico.
3 Como é feito o diagnóstico?
Primeiramente, com um exame de sangue para conhecer os níveis de ácido úrico na circulação. E, depois, para saber se a excreção está diminuída, os médicos costumam pedir um exame de urina (uricosuria de 24 horas), que indica qual a dosagem eliminada durante o dia. A partir da comparação destes dois resultados o médico indica o tratamento mais adequado para cada caso, uma vez que existem remédios tanto para inibir a produção como para aumentar a excreção. Outro teste importante é feito com o líquido tirado das articulações. Este só é indicado no caso de pacientes que apresentam inchaço nas juntas para verificar se há presença de cristais de ácido úrico nas articulações e, conseqüentemente, riscos de ocorrer uma crise de gota.
4 Quais os males decorrentes do excesso de ácido úrico?
Para a maioria das pessoas, este quadro é assintomático, não apresenta nenhum incômodo, e só é detectado se o médico pedir um exame específico, em um check-up, por exemplo. Mas 20% dos que têm o ácido úrico elevado desenvolvem crises de gota, principalmente homens entre 30 e 50 anos e mulheres na pós-menopausa. Nesse grupo também estão incluídos obesos e hipertensos. Ou seja, com a formação de cristais em uma articulação, o paciente tem uma inflamação que se torna muito dolorosa, vermelha e inchada. A pessoa mal consegue suportar o roçar da roupa ou dos lençóis nas regiões afetadas. Em geral, a gota começa na articulação do dedão do pé (situação conhecida como podagra). Muitos pacientes entram no consultório de chinelo e mancando. À medida que o problema evolui, outras articulações podem ser atingidas, entre elas os tornozelos e joelhos. Outra complicação possível decorrente dos altos níveis de ácido úrico no sangue são os depósitos da substância debaixo da pele, nas articulações ou em órgãos, como os rins. São nódulos duros de cristais, bolinhas brancas semelhantes a gotas de leite condensado, chamados de tofos. Por isso mesmo, também há chance de formação de cálculos renais, bem como de nefropatia (insuficiência renal) por ácido úrico. Neste caso, há um acúmulo de cristais dentro dos túbulos renais, provocando uma obstrução à passagem da urina.
5 Depois de uma crise de gota, é preciso buscar tratamento?
Sim. Do contrário, o intervalo entre as crises diminui e a intensidade da dor pode aumentar. O paciente também corre o risco de desenvolver uma poliartrite, ou seja, uma inflamação em várias juntas ao mesmo tempo ou até uma destruição das articulações. Há um aumento ainda das chances de doenças cardiovasculares e problemas nos rins.
6 A alimentação pode impedir que o índice de ácido úrico se eleve?
Não. Porque 90% do ácido úrico vêm do metabolismo da purina. É claro que, quando a pessoa tem um índice de ácido úrico muito elevado, os especialistas aconselham evitar alimentos como crustáceos, carnes vermelhas, lentilha e feijão, que contêm excesso de ácido úrico. Outro desencadeante da crise de gota são as bebidas alcoólicas. E a cerveja é uma das que está intimamente ligada ao agravamento da enfermidade. Por isso deve ser consumida com muita moderação por quem já teve uma crise ou possui o ácido úrico elevado. É importante saber que, quando o índice estiver alto, deve-se evitar qualquer tipo de bebida alcoólica. Porém, se a vontade for muita, é preferível optar pelo vinho. Outro ponto essencial no tratamento é seguir uma dieta alimentar equilibrada e pouco calórica, para controlar a obesidade e a hipertensão.
7 Quando os índices se normalizam, significa que o indivíduo está curado?
Não. Depois de controlada a crise e estabelecidos índices aceitáveis de ácido úrico no sangue, minimiza-se a chance de novas crises e complicações. Mas vale ressaltar que a pessoa que já tem esse problema precisa se acostumar a ter uma vida mais saudável com uma alimentação de baixas calorias. E ainda tentar emagrecer e verificar sempre a pressão arterial - até para contribuir para a prevenção dos problemas coronarianos. Quando o indivíduo esquece o quanto a crise de gota o fez sofrer, pode relaxar - daí come e bebe demais, engorda, não controla a pressão e o resultado é que a dor volta com intensidade ainda maior do que a da última crise.
Evelin Goldenberg, professora de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e reumatologista do Hospital Albert Einstein.
Outros alimentos  contribuem com o aumento dos níveis de ácido úrico em nosso organismo, tais como: limão, laranja, amendoim, carnes, embutidos, alimentos em conserva, etc.

Alimentação Fora de Casa

DICAS


Se você não tem como evitar de comer fora ou não conhece o restaurante, aí vão algumas dicas:
- Fazer a refeição o mais cedo possível, porque quanto mais tempo o alimento for exposto, mais a conservação dele será comprometida. Evite também comer muito após a última refeição, caso contrário, a fome será maior e o consumo de alimentos também
- Fique atento a limpeza do restaurante e dos funcionários, verificando se eles estão com os uniformes limpos, se não estão carregando canetas, batons, cigarros, isqueiros ou se estão utilizando brinco, anéis e relógios.
- Também é bom observar as condições de higiene das bancadas e cubas de distribuição, que devem estar sempre limpas, sem resíduos de alimentos e em bom estado de conservação.
Os alimentos com temperatura inferior a 60ºC não podem ficar expostos por mais de três horas. Os frios devem ser distribuídos no máximo a dez graus por até quatro horas e devem ser mantidos em cubas refrigeradas.
- Evitar ingerir alimentos como maionese e molhos à base de queijo e creme de leite, pois eles devem ser consumidos logo após o preparo.
- Comece pela salada, porque contribui com a sensação de saciedade. Durante a ingestão desses alimentos, o estômago libera um hormônio sinalizador que levará ao cérebro a informação de saciedade, diminuindo o impulso por querer comer em excesso as demais opções do cardápio.
- Dê preferência para hortaliças cruas, porque retêm mais minerais e vitaminas. Porém, algumas verduras são consumidas refogadas para abrandar as fibras e torná-las mais aceitáveis. O importante é não refogá-las em muita água, para não ocorrer perdas de nutrientes e alterações sensoriais no alimento.
- Escolha os pratos quentes de forma equilibrada. Evite consumir arroz, batatas e massas na mesma refeição, por exemplo, porque são do mesmo grupo alimentar e fornecem carboidratos;
- Opte por opções diferenciadas de cada grupo alimentar ao menos três vezes por semana. Assim, consome nutrientes diferenciados;
- Não caia na tentação de pegar todas as variedades disponíveis;
- Corte as frituras e priorize alimentos assados, grelhados ou cozidos em água ou vapor;
- Apenas ingira peixe cru se for salmão ou atum, preparado preferencialmente na hora e em um restaurante japonês de boa qualidade. É que esse tipo de carne deteriora com muita facilidade. Não o consuma se perceber qualquer alteração de odor, cor ou textura. Os peixes de rio, infelizmente, estão contaminados em sua grande maioria com poluentes metálicos;
- Coma devagar e mastigue bem os alimentos.