sábado, 25 de novembro de 2017

OBESIDADE FICÇÃO OU REALIDADE?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), trata-se de um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. O número de crianças com sobrepeso e obesidade no mundo poderia chegar a 75 milhões, caso nada seja feito.
No Brasil, a obesidade também vem crescendo de maneira alarmante. Alguns levantamentos apontam que mais de 50% da população está acima do peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e obesidade. Entre crianças, a taxa estaria em torno de 5%. A epidemia existe e indústrias inteiras surgiram na tentativa de solucionar o problema.
Revistas e programas de TV sobre emagrecimento fazem sucesso e viraram entretenimento. Produtos com menos gorduras e menos calorias tomaram conta das prateleiras dos supermercados. Mas nós continuamos ficando maiores e mais doentes.
Onde está o problema?
Falo sempre que a obesidade tem se tornado o maior problema da humanidade hoje em dia.

Vamos conversar sobre um veneno que está te engordando e adoecendo: o açúcar. Quero te mostrar que o açúcar está presente em alimentos que você nem imagina. Isso porque a Indústria Alimentícia retira a gordura natural de vários alimentos e adiciona açúcar disfarçado no lugar, chamando-os de light e saudáveis.
As consequências para a nossa saúde foram as piores e eu vou começar falando para você sobre a obesidade.

COMA MENOS, SE EXERCITE MAIS?

As pessoas tendem a ver os obesos como preguiçosos, sem ambição e sem força de vontade. Afinal, para emagrecer basta comer menos e se exercitar mais, certo? Aqui a mensagem subliminar que passamos aos gordinhos é uma só: “a culpa é sua”. Mas isso está errado!
Comer menos e se exercitar mais é a resposta padrão para o emagrecimento há mais de meio século. E tudo começou com um camundongo.
Até 1953 o exercício físico era considerado tabu e os médicos diziam que sua prática poderia causar infartos e reduzir a libido. Foi então o Dr. Jean Mayer, fisiologista francês, notou através de experimentos, que os camundongos grandes comiam o mesmo que os camundongos pequenos, mas não eram tão ativos quanto os menores depois de comer.

Mayer concluiu com o experimento que a falta de exercícios estava diretamente relacionada ao ganho de peso. Foi a sua descoberta que inspirou a revolução fitness. Americanos gastaram bilhões tentando
emagrecer. Porém, curiosamente, quanto mais pessoas aderiram às academias, mais os pesos aumentavam. Entre 1980 e 2000, as matrículas em academias mais do que dobraram nos EUA. Neste mesmo período, o índice de obesidade também dobrou. Como isso é possível?

Há casos de bebês de 6 meses diagnosticados como obesos, eles também devem comer menos e se exercitar? A minha intenção aqui não é desencorajar as pessoas a fazerem exercícios, só digo que essa não é a solução para o emagrecimento.

Por exemplo, para queimar uma única Coca-Cola, uma criança teria que pedalar 1 hora e 15 minutos. Não é algo possível de ser feito! O que temos que entender é a importância da caloria ingerida, e não sua quantidade.
Quando você consome 160 calorias de amêndoas, por causa da sua fibra, o alimento não é absorvido imediatamente pelo seu organismo e sua taxa de açúcar não vai subir muito.
Já o refrigerante, que não possui fibra, vai direto para o fígado, que recebe uma bomba de açúcar e o transforma em gordura.
Então, 160 calorias das amêndoas ou 160 calorias do refrigerante? Qual é a melhor opção?

Veja bem! Isso também acontece com o suco de frutas, quando você faz o suco as fibras são eliminadas restando apenas a frutose (açúcar das frutas) e para complicar mais ainda você adiciona açúcar.

Mas o discurso continua sendo de “comer menos e se exercitar mais” porque a indústria alimentícia precisa vender mais, esse é seu trabalho. Uma maneira de fazer isso é cooptando críticos em potencial. As empresas de refrigerantes patrocinam pesquisas em universidades, fazendo doações a associações médicas, que mostram que os refrigerantes não têm nada a ver com a obesidade. Porém, por mais que eles tentem mascarar, a verdade é que certos alimentos fazem você engordar Enquanto a sociedade não encarar isso e parar de culpar as pessoas acima do peso, estaremos com problema. As consequências para a saúde serão imensas!

AÇÚCAR INIMIGO NÚMERO 1

Em 1977, o governo americano passou a incentivar a população a comprarem produtos mais “magros” e consumirem mais comida com menos gordura. Logo essa ação foi seguida em outras partes do mundo.
Assim, os anos 1980 começaram com uma nova doutrina da saúde e um novo mercado (de produtos
diets e lights). Todos os produtos ganharam de repente uma versão com baixa gordura, “mais saudável”.
O problema é que quando a gordura é retirada do alimento, o seu gosto fica muito ruim. A indústria alimentícia sabia disso e, por isso, encheram essas comidas de açúcar para melhorar o saber. Foi assim que começou a epidemia, pois as doenças metabólicas associadas à obesidade, como diabetes, cardiopatia, derrames, cânceres, são todas impulsionadas pelo açúcar.

A razão está na reação que o açúcar provoca no seu organismo. A frutose, a parte doce do açúcar, só é processada no fígado. Quando seu fígado é sobrecarregado, o pâncreas produz em excesso um hormônio chamado insulina para colocar a glicose para dentro das células, pois glicose no sangue por muito tempo é tóxica.

Quando sua insulina está alta no seu sangue, você não emagrece. Pelo contrário, seu fígado transformará essa glicose em triglicerídeos que irão inflamar o seu corpo. Pouco tempo depois de comer, cerca de 3 horas, o seu corpo já pede mais açúcar e o ciclo vicioso recomeça. Este é o ciclo vicioso da fome.

E como você se sente com fome? Mal, cansado, com preguiça, sem vontade de fazer nada e, claro, com fome. Ou seja, os comportamentos que associamos à obesidade (excesso de comida, falta de exercício) são resultados da bioquímica, não a causa. O perigo maior é que o açúcar não está apenas nos biscoitos e sobremesas.
O açúcar se esconde atrás de muitos nomes, como sacarose, frutose, glicose, dextrose, lactose, maltose, açúcar invertido, açúcar turbinado e xarope de milho de alta frutose. Todos são absorvidos da mesma forma, portanto, o excesso de qualquer açúcar é perigoso.
Muitas pessoas acham que podem trocar o açúcar por adoçantes (Splenda, aspartame, entre outros), mas eles provocam reações hormonais que geram produção de insulina. Fazem você desejar mais comida, dão fome. Então, alimentos com pouco açúcar e pouca gordura também são perigosos e causam doenças.
Além do excesso de açúcares nos alimentos que comemos, há também o excesso de amidos processados. Outro alimento que possui muito açúcar é o trigo, que está presente em cerca de 70% dos alimentos da indústria alimentícia. Pão branco, arroz branco, batata e cereais matinais são transformados em glicose instantaneamente no trato digestivo.

Em resumo, nossa indústria alimentícia oferece opções de comidas altamente processadas e com muito açúcar que estão nos matando, nos deixando gordos e doentes. E toda vez que esses produtos são acusados de nos fazer mal, a indústria alimentícia reduz os carboidratos, as proteínas e os açúcares - e essas mudanças se tornam ferramentas de marketing para vender mais. Fomos induzidos a pensar que há alternativas mais saudáveis, diets e light dos alimentos. Mas a verdade é que porcaria ainda é porcaria, mesmo se for um pouco menos porcaria.

O VÍCIO

A comida processada é muito mais poderosa do que pensávamos. Há décadas a ciência nos mostra que as drogas se apoderam dos circuitos neuronais para que desejamos sempre mais o seu consumo. Agora a ciência nos mostra que a comida hiperpalatável possui o mesmo efeito, e nos faz querer mais e mais.
Pesquisadores de Princeton estudam como os ratos mudam o comportamento alimentar se beberem água com açúcar. Em uma pesquisa recente, 43 ratos viciados em cocaína puderam escolher entre a droga ou água com açúcar durante 15 dias. 40 em 43 escolheram o açúcar. Em outro estudo, os ratos que tomavam água com açúcar exibiram sinais de dependência – ansiedade, desejo e abstinência – quando o açúcar foi retirado de sua alimentação.
Em outras palavras, o vício em comida existe e é um fato biológico. Estudos mostram que o cérebro se acende com o açúcar, assim como faz com a cocaína e a heroína. Na verdade, o açúcar é oito vezes mais viciante que a cocaína. Se o seu filho é exposto cedo a estes alimentos viciantes e com muito açúcar, ele vai ficar viciado. A indústria sabe que, quanto mais cedo apresentar esses alimentos às pessoas (crianças e bebês), mais chances terá de marcá-las para o futuro. Por isso, todas as gerações nascidas depois de 1980 cresceram cercadas por esses alimentos viciantes.

Temos que entender que força de vontade e responsabilidade pessoal não funcionam diante do vício. Queremos achar que a decisão do que comemos é racional, mas o nosso cérebro vive sendo “sequestrado”. Pare para pensar, é impossível andar mais de 30 metros em qualquer cidade sem ter o seu cérebro estimulado de alguma forma. Postos de gasolina vendiam gasolina, agora são lojas de conveniência. E há porcarias processadas e açucaradas nos caixas de qualquer lugar: em lojas de brinquedos, em farmácias, em lojas de material de escritório, roupa de cama, eletrônicos... toda loja tem porcaria ao alcance das mãos.
O resultado é a maior epidemia de saúde pública do nosso tempo.
Em 2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou o documento chamado relatório 916 – Relatório Técnico Série 916. No documento, eles dizem especificamente que o açúcar é uma das maiores causas de doenças metabólicas crônicas e obesidade, e que o seu consumo deveria ser restringido até o nível recomendado pelos cientistas.
Não mais do que 10% das calorias ingeridas diariamente deveriam vir do açúcar. É claro que essa afirmação deixou os lobbies furiosos e o relatório foi reformulado. Lobistas da indústria do açúcar recomendaram que 25% das calorias de nossa dieta diária viessem do açúcar. 2,5 vezes mais do que a recomendação da OMS. E com isso continuamos adoecendo!

ENTÃO

A única forma de cortar esse ciclo vicioso criado pelo açúcar, que nos faz comer demais, engordar e adoecer, é retirando ele totalmente da sua alimentação e mantendo os níveis de insulina mais baixos. Nos primeiros dias pode ser difícil, mas em alguns dias o corpo se adapta a uma nova dieta.
A indústria alimentícia mudou o nosso foco de cozinhar comida de verdade e frequentar a feira, para comer alimentos processados e se exercitar mais, mas você pode quebrar esse padrão. Na próxima vez que você for comer olhe para o seu prato e pense: este alimento parece que vem da natureza ou é um produto cheio de ingredientes artificiais?
A transição de comidas processadas e açucaradas para comidas de verdade começa pelo seu garfo.

Se você quer mesmo mudar de vida? existe uma saída para comer melhor, manter os seus níveis de insulina baixos no sangue e, ainda, emagrecer de forma saudável.

Se você está cansada de se envenenar e à sua família, cansou de se sentir doente, sem disposição, com baixa autoestima e sente que precisa perder alguns quilos e ser uma pessoa saudável, procure um NATUROPATA CLINICO e ele te ajudará a ser mais saudável.
Adaptação Dr. Juliano Pimentel