A Andiroba (Carapa guianensis),
planta medicinal famosa por produzir o óleo de Andiroba, é
também conhecida como Andirova, Angirova, Carapa,
Andiroba-Branca, Carapinha, Camaçari, Castanha-Mineira, dentre
outros nomes populares. Pertence a família das Meliacéas.
Usos Tradicionais: acne,
artrite, coceira, câncer, constipação, dermatite, diarréia, digestão, doenças
de pele, dor de garganta, dores musculares, erupções cutâneas, febre, feridas,
gripe, hanseníase, hepatite, herpes, inflamações, malária, lepra, parasitas,
picadas de insetos, problemas de pele, psoríase, resfriados, reumatismo,
tétano, úlcera, vermes intestinais.
Propriedades Medicinais:
analgésico, antibacteriano, anti-parasita, anti-inflamatório, antitumoral,
relaxante muscular, repelente natural, vermífugo.
O óleo de Andiroba possui propriedades adstringentes, analgésicas
e anti-inflamatórias, sendo rico em ácidos graxos essenciais, incluindo oleico,
palmítico, esteárico e linoleico. O ácido linoleico tem demonstrado em vários
estudos ao longo dos anos capacidade para regular os níveis de colesterol,
reduzir a pressão arterial e fornecer benefícios anticâncer.
Estimula a circulação nos vasos na pele e alivia a dor, inchaços e artrite, quando utilizado em forma de óleo
para massagem. O óleo de andiroba também acelera
a cura de lesões da pele, produzindo ácido mirístico, um ácido graxo que
ajuda a proteger a camada exterior da pele. Usada contra a psoríase, o óleo de Andiroba, que também possui
ácido linolênico, pode ajudar a impedir a rápida expansão da doença,
restaurando um ciclo de vida normal para as células da pele e cessando o
crescimento descontrolado das células de psoríase. A planta Andiroba também
pode combater células que produzem pigmentos causadores de manchas de idade.
No Brasil, o óleo de Andiroba é um dos remédios naturais mais
populares utilizados na medicina herbal, sendo aplicado isolado ou misturado
com outros óleos e produtos e aplicado a feridas,
hematomas, picadas de insetos e inúmeras condições de pele, como a
psoríase. Por suas propriedades tradicionais, a Andiroba é comumente adicionada
a sabonetes, cremes e shampoo’s na indústria doméstica, além de ser utilizado
para ajudar a preservar e proteger móveis de cupins e outros insetos. Tribos
indígenas da Amazonia utilizam um chá com a casca e as folhas da planta em
forma de chá para aliviar febres e vermes intestinais, além de aplicar o chá
topicamente em úlceras, picadas de insetos, parasitas de pele e couro cabeludo
e outros problemas na epiderme. Caboclos e populações ribeirinhas produzem
sabões com andiroba para repelir insetos e tratar diversas condições da pele.
Para ajudar a digestão, a casca é embebida em água por um dia e um cálice é
tomado antes das refeições.
Em estudos in vitro, a casca da Andiroba demonstrou atividade.
Algumas das pesquisas mais recentes têm se concentrado em possíveis atividades
anticancerígenas da árvore. Em 2002, pesquisadores relataram que o óleo de
semente de Andiroba pode prevenir e até reverter à displasia cervical (Natural Products Reported as Potential
Inhibitors of Uterine Cervical Neoplasia. Marcelo Dantas de MOURA, Juberlândia
de Sousa e SILVA, Rinalda Araújo Guerra de OLIVEIRA; Margareth de Fátima
Formiga Melo DINIZ; José Maria BARBOSA-FILHO). A displasia cervical
é uma condição pré-cancerosa, que pode muitas vezes se transformar em câncer
cervical. Além disso, a folha, casca, sementes e flores têm mostrado alguma
atividade in vitrocontra células de
câncer sarcoma.
Curiosidades
Os índios brasileiros da tribo Mundurucu, povo de tradição
guerreira do Vale do Tapajós (localizado no Pará), tradicionalmente utilizavam
o óleo de Andiroba para mumificar cabeças humanas tomadas como troféus de
guerra. O óleo de andiroba é um bom combustível natural, pouco poluente,
utilizado como combustível para lampiões na floresta tropical. No início do
século 1800, as lâmpadas públicas de Belém eram abastecidas com óleo de
Andiroba. A madeira da árvore é considerado de excelente qualidade para a
carpintaria, sendo a mesma conhecida como mogno-brasileiro.
Planta Medicinal do SUS
A espécie Carapa guianensis faz parte da Relação Nacional de
Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies
vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar
produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil. A finalidade da RENISUS
é subsidiar o desenvolvimento de toda cadeia produtiva relacionada à
regulamentação, cultivo/manejo, produção, comercialização e dispensação de plantas
medicinais e fitoterápicos.
NOTA: A Carapa guianensis,
conhecida popularmente como andiroba, é uma árvore da família Meliaceae (mesma
do cedro, canjerana, mogno e cinamomo). O nome deriva de andi-roba,
palavra do tupi-guarani que significa gosto amargo e se refere às sementes
desta árvore.
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