A palavra "propolis" vem do
grego: ["pro"=em favor de] + ["polis"=cidade], isto é, para
o bem, em defesa da cidade, no caso, a colmeia.
A
própolis é produzida pelas abelhas
As abelhas coletam a resina das plantas principalmente nas regiões chamadas de gemas, que nada mais são que as regiões de brotos e ponteiros. Com a mandíbula e língua realizam a mistura da resina com sua saliva e a estocam momentaneamente na parte de cima das patas posteriores, chamada de corbícula[1]. Após armazenarem a quantidade suficiente de resina, voltam e depositam-na na colmeia, onde outras abelhas adicionam substâncias como cera e pólen formando assim a Própolis e a aplicam nas regiões específicas.
Como a
Própolis age na Colmeia
Embora já tenhamos citado que a função da Própolis na colmeia é a defesa, cabe-nos explorar um pouco mais como ela age. Além de ser depositada pelas abelhas nas frestas e furos da colmeia com o objetivo de protegê-las da invasão de microorganismos e do frio, a própolis por possuir efeito desinfetante é sempre encontrada na entrada da colmeia, ou seja, por onde as abelhas passam quando entram na caixa. O objetivo da própolis na entrada da colmeia é de desinfetar as abelhas que estavam no ambiente externo para que não levem para o interior de sua morada microorganismos indesejados, mantendo assim a higiene e a saúde da comunidade. Quando um inseto chega a invadir a colmeia, ele é atacado e morto pelas abelhas que o embalsamam em própolis para que não haja a decomposição do corpo, mantendo a colmeia imune de bactérias e microorganismos prejudiciais. Acredita-se que essa ação da própolis já era observada pelos antigos Egípcios que utilizavam Mel e Própolis para embalsamar seus mortos.
Tipos de
Própolis
Em um estudo desenvolvido pela UNICAMP classificou-se a Própolis brasileira em 13 (treze) tipos, dos quais 3 (três) tipos recebem maior destaque pelas pesquisas já realizadas e estudo de suas características.
Própolis Verde: A sua origem botânica é a vassourinha do campo ou alecrim brasileiro (Baccharis dracunculifolia), encontrado no nordeste do estado de São Paulo e principalmente no sul do estado de Minas Gerais. Muito valorizado no mercado internacional a própolis verde é exportada principalmente para a Ásia onde é utilizado na produção de medicamentos. O preço de venda para exportação da própolis verde, que só existe no Brasil, pode chegar a R$ 140,00 o quilograma atualmente, o que é considerado um bom valor de mercado. Várias linhas de pesquisa são desenvolvidas atualmente em cima da própolis verde tanto no Brasil como no exterior e muitos pesquisadores encontram-se entusiasmados principalmente com sua atuação na prevenção e tratamento do câncer.
Própolis Vermelha: A sua origem botânica é o marmeleiro da praia
(Dalbergia ecastophyllum), encontrado principalmente nos manguezais dos estados
da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Um das diferenças da própolis
vermelha em relação às outras, além da cor, é a presença de uma substância
chamada isoflavona, um produto natural com grande de aplicação na indústria de
alimentos e farmacêutica. Muitas pesquisas também estão sendo desenvolvidas com
esse tipo de própolis, principalmente no que diz respeito as propriedades
antirretrovirais (contra a AIDS), como já foi comprovado em Cuba, e
anticancerígenas.
Própolis Preta: É o tipo mais comum de própolis encontrada no Brasil.
Sua origem botânica são as plantas no geral, ou seja, em regiões onde não há nenhuma
vegetação específica e expressiva, as abelhas coletam a resina de diferentes
vegetais, produzindo assim a chamada própolis preta ou silvestre. Sua coloração
é escura e geralmente ela é mais viscosa quando comprada a própolis verde, por
exemplo. Possui pouco valor de mercado atualmente devido a sua abundância
embora possua propriedades medicinais muito eficientes e ainda inexploradas.
Composição da Própolis
A composição da própolis varia dependendo da região onde se encontra o apiário. Fatores como clima, tipo de vegetação, excesso ou escassez de água podem provocar mudanças em sua composição, por isso, as quantidades dos compostos presentes são estabelecidas através da média encontrada analisando diferentes porções da própolis no Brasil.
A própolis é composta de 50 a 55%de resinas vegetais com bálsamo; 30 a 40% de cera; 5 a 10% pólen, além de ácidos,sais minerais, vitaminas, enzimas e antibióticos. Nas cinzas foram encontrados:cobre, manganês, ferro, zinco, vitaminas do complexo B, vitaminas E, C, H, flavonoides, antibióticos e enzimas.
Uma análise mais específica da própolis leva ao reconhecimento de mais de 150 substâncias diferentes que a compõe, cada qual com seu grau de benefício ao ser humano.
Os benefícios da Própolis
A própolis é muito conhecida
como antibiótico natural. Toda essa fama não lhe é descabida, na verdade vai
corretamente de encontro às suas propriedades terapêuticas já estudadas e
comprovadas. A cada dia, no entanto, surgem novas descobertas sobre a própolis
e novas indicações para tratamento de diversos males. Vamos conhecer algumas
das suas propriedades medicinais e as doenças que ela combate.
Antibacteriana: A
própolis é eficiente na destruição de uma vasta gama de bactérias nocivas ao
ser humano. Sua eficácia foi comprovada em bactérias Gram positivas (Bacillus
brevis, B.polymyxa, B.pumilus, B. sphaericus, B. subtilis, Cellulomonas fimi,
Nocardia globerula, Leuconostoc mesenteroides, Leuconostoc mesenteroides,
Staphylococcus aureus e streptococcus faecalis) e Gram negativas (Aerobacter
aerogenes, Alcaligenes sp., Bordetella bronchiseptica, Escherichia coli,
Proteus vulgaris, Pseudomonas aeruginosa e Serratia marcescens) além de
Staphylococcus aureus e Sptreptococcus mutans. As bactérias sucumbem a ação da
própolis que com seu conjunto de componentes forma um antibiótico muito
eficiente. Possui como vantagem em relação a antibióticos sintetizados em
laboratório o fato de as bactérias não desenvolverem resistência à própolis.
Devido suas propriedades a
própolis é indicada no tratamento de doenças como Anginas, amidalites,
faringite, laringite, gengivite, estomatites, abcesso dentário, aftas,
sinusites, bronquites, pneumonias, gripes, rinites, entre outras.
Antiviral: A
ação antiviral da própolis é conhecida principalmente pelo seu ótimo efeito
contra alguns vírus, tais como: herpes, adenovírus, coronavírus, rotavírus,
etc. Por isso sua utilização também é indicada contra doenças como herpes,
gripes, resfriados, conjuntivite e dores de garganta.
Antifúngica: A própolis também possui ação antifúngica comprovada sobre dermatófitos, fungos M. canis, T. rubrum, T. mentagrophytes e Scopulariopsis, além de Aspergillus flavus entre outros. Sua ação antifúngica a torna capacitada para o tratamento de problemas de couro cabeludo, micoses em geral, frieiras, a doença popularmente conhecida como pé de atleta, etc.
Anti-inflamatória: A ação anti-inflamatória da própolis foi verificada com eficácia principalmente no tratamento de artrites, artroses reumatoides Pesquisas em laboratório chegaram a comparar a ação e eficiência da própolis à ação da substância conhecida como Diclofenaco que é utilizada no combate a diversos processos inflamatórios.
Antifúngica: A própolis também possui ação antifúngica comprovada sobre dermatófitos, fungos M. canis, T. rubrum, T. mentagrophytes e Scopulariopsis, além de Aspergillus flavus entre outros. Sua ação antifúngica a torna capacitada para o tratamento de problemas de couro cabeludo, micoses em geral, frieiras, a doença popularmente conhecida como pé de atleta, etc.
Anti-inflamatória: A ação anti-inflamatória da própolis foi verificada com eficácia principalmente no tratamento de artrites, artroses reumatoides Pesquisas em laboratório chegaram a comparar a ação e eficiência da própolis à ação da substância conhecida como Diclofenaco que é utilizada no combate a diversos processos inflamatórios.
Antioxidante: A
atividade antioxidante da própolis combate os radicais livres responsáveis pelo
envelhecimento do corpo humano e da mutação do material genético. A presença de
compostos fenólicos em sua composição química aponta para sua eficácia como
antioxidante. Muitas pesquisas ainda estão sendo realizadas nesse sentido, no
entanto, sua ação preventiva ao envelhecimento celular já foi comprovada.
Anticancerígena:
Alguns trabalhos desenvolvidos pelo Instituto Nacional do Câncer dos EUA
apontam para atividade anticancerígena importante em alguns tipos de própolis.
Os resultados obtidos na pesquisa foram entusiasmadores, quando verificaram que
a própolis foi capaz não só de inibir o crescimento de células cancerígenas
quanto de destruir parcialmente as células já existentes. Estudos aprofundados
estão sendo realizados nessa linha e as esperanças são muitas quanto a ação
anticancerígena da própolis.
Cicatrizante
e Regeneradora de Tecidos: A própolis é muito eficaz no
tratamento de dermatites, feridas, úlceras e queimaduras devido a presença de
flavonoides e aminoácidos em sua composição.
Anestésica: A
ação anestésica da própolis a torna eficiente no combate a dores de garganta,
amidalites, dores de dentes, etc. Estudos realizados com extratos etanólicos de
própolis levaram a conclusão de que a sua ação anestésica é de 3 a 5 vezes
superior que a da cocaína usada como anestésico na prática dental na antiga
União Soviética.
Imunoestimulante: A
própolis também possui efeito imunoestimulante, ou seja, estimula a produção de
células produtoras de anticorpos, fortalecendo assim o sistema imunológico e
aumentando a resistência a doenças e infecções.
Modo de usar a Própolis
A própolis é comumente
utilizada em solução alcoólica, ou seja, diluída em álcool de cereais, no
entanto, existem muitas outras formas de utilizá-la. Hoje em dia, qualquer
laboratório ou farmácia de manipulação é capaz de formular e produzir
sabonetes, xampus e loções à base de própolis, assim como, própolis em spray,
cápsulas, etc.
Obviamente que toda e
qualquer utilização de substância, mesmo tratando-se de um fitoterápico, deve
ser receitada e acompanhada por um responsável habilitado, no caso um naturopata
ou apiterapêuta, porém, nossa experiência de anos na produção, manejo e
utilização da própolis, nos credencia a pelo menos publicar as formas mais
utilizadas da própolis em solução alcoólica.
Para
crianças: três a cinco gotas três vezes ao dia, diluídas em uma
colher de sopa com água sem cloro e sem gás.
Para
adultos: vinte a trinta gotas duas a três vezes ao dia, diluídas
em uma colher de sopa com água sem cloro e sem gás.
A própolis pode ser
misturada ao mel, o que ameniza o sabor e a torna quase imperceptível, além de
proporcionar a potencialização de algumas de suas propriedades terapêuticas.
Para o tratamento de feridas e cortes o ideal é umedecer um algodão no extrato de própolis e passar levemente no local. Um pequeno ardor pode ocorrer devido principalmente ao álcool de cereais. O procedimento deve ser repetido duas ou mais vezes ao dia, deixando o ferimento tampado com gaze.
Para o tratamento de feridas e cortes o ideal é umedecer um algodão no extrato de própolis e passar levemente no local. Um pequeno ardor pode ocorrer devido principalmente ao álcool de cereais. O procedimento deve ser repetido duas ou mais vezes ao dia, deixando o ferimento tampado com gaze.
Para o tratamento de micoses
deve-se pingar de 2 a 3 gotas sobre a região adoecida pelo menos 2 vezes ao dia.
Tomar a dose correta
para evitar intoxicações. Mais de 60 gotas por dia da própolis é considerada
uma dose elevada.
[1] Estrutura constituída por uma franja
de longos pelos curvos, na superfície externa da tíbia posterior das abelhas,
que serve como coletor de pólen.