Segundo
a Organização Mundial de Saúde (OMS), trata-se de um dos maiores problemas de
saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos
estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. O número de crianças com
sobrepeso e obesidade no mundo poderia chegar a 75 milhões, caso nada seja
feito.
No
Brasil, a obesidade também vem crescendo de maneira alarmante. Alguns
levantamentos apontam que mais de 50% da população está acima do peso, ou seja,
na faixa de sobrepeso e obesidade. Entre crianças, a taxa estaria em torno de 5%.
A epidemia existe e indústrias inteiras surgiram na tentativa de solucionar o
problema.
Revistas
e programas de TV sobre emagrecimento fazem sucesso e viraram entretenimento.
Produtos com menos gorduras e menos calorias tomaram conta das prateleiras dos
supermercados. Mas nós continuamos ficando maiores e mais doentes.
Onde está o problema?
Falo
sempre que a obesidade tem se tornado o maior problema da humanidade hoje em
dia.
Vamos conversar sobre um veneno
que está te engordando e adoecendo: o açúcar. Quero te mostrar
que o açúcar está presente em alimentos que você nem imagina. Isso porque a
Indústria Alimentícia retira a gordura natural de vários alimentos e adiciona
açúcar disfarçado no lugar, chamando-os de light e saudáveis.
As
consequências para a nossa saúde foram as piores e eu vou começar falando para
você sobre a obesidade.
COMA MENOS, SE EXERCITE MAIS?
As
pessoas tendem a ver os obesos como preguiçosos, sem ambição e sem força de
vontade. Afinal, para emagrecer basta comer menos e se exercitar mais, certo?
Aqui a mensagem subliminar que passamos aos gordinhos é uma só: “a culpa é
sua”. Mas isso está errado!
Comer
menos e se exercitar mais é a resposta padrão para o emagrecimento há mais de
meio século. E tudo começou com um camundongo.
Até
1953 o exercício físico era considerado tabu e os médicos diziam que sua
prática poderia causar infartos e reduzir a libido. Foi então o Dr. Jean Mayer,
fisiologista francês, notou através de experimentos, que os camundongos grandes
comiam o mesmo que os camundongos pequenos, mas não eram tão ativos quanto os
menores depois de comer.
Mayer
concluiu com o experimento que a falta de exercícios estava diretamente
relacionada ao ganho de peso. Foi a sua descoberta que inspirou a revolução
fitness. Americanos gastaram bilhões tentando
emagrecer.
Porém, curiosamente, quanto mais pessoas aderiram às academias, mais os pesos
aumentavam. Entre 1980 e 2000, as matrículas em academias mais do que dobraram
nos EUA. Neste mesmo período, o índice de obesidade também dobrou. Como isso é
possível?
Há
casos de bebês de 6 meses diagnosticados como obesos, eles também devem comer
menos e se exercitar? A minha intenção aqui não é desencorajar as pessoas a
fazerem exercícios, só digo que essa não é a solução para o emagrecimento.
Por exemplo,
para queimar uma única Coca-Cola, uma criança teria que pedalar 1 hora e 15 minutos.
Não é algo possível de ser feito! O que temos que entender é a importância da
caloria ingerida, e não sua quantidade.
Quando
você consome 160 calorias de amêndoas, por causa da sua fibra, o alimento não é
absorvido imediatamente pelo seu organismo e sua taxa de açúcar não vai subir
muito.
Já
o refrigerante, que não possui fibra, vai direto para o fígado, que recebe uma
bomba de açúcar e o transforma em gordura.
Então,
160 calorias das amêndoas ou 160 calorias do refrigerante? Qual é a melhor opção?
Veja
bem! Isso também acontece com o suco de frutas, quando você faz o suco as fibras
são eliminadas restando apenas a frutose (açúcar das frutas) e para complicar
mais ainda você adiciona açúcar.
Mas
o discurso continua sendo de “comer menos e se exercitar mais” porque a
indústria alimentícia precisa vender mais, esse é seu trabalho. Uma maneira de
fazer isso é cooptando críticos em potencial. As empresas de refrigerantes
patrocinam pesquisas em universidades, fazendo doações a associações médicas,
que mostram que os refrigerantes não têm nada a ver com a obesidade. Porém, por
mais que eles tentem mascarar, a verdade é que certos alimentos fazem você
engordar Enquanto a sociedade não encarar isso e parar de culpar as pessoas acima
do peso, estaremos com problema. As consequências para a saúde serão imensas!
AÇÚCAR INIMIGO NÚMERO 1
Em
1977, o governo americano passou a incentivar a população a comprarem produtos
mais “magros” e consumirem mais comida com menos gordura. Logo essa ação foi
seguida em outras partes do mundo.
Assim,
os anos 1980 começaram com uma nova doutrina da saúde e um novo mercado (de
produtos
diets
e lights). Todos os produtos ganharam de repente uma versão com baixa gordura,
“mais saudável”.
O problema é que quando a gordura é retirada do alimento, o seu gosto
fica muito ruim. A indústria alimentícia sabia disso e, por isso, encheram
essas comidas de açúcar para melhorar o saber. Foi assim que começou a
epidemia, pois as doenças metabólicas associadas à obesidade, como diabetes,
cardiopatia, derrames, cânceres, são todas impulsionadas pelo açúcar.
A
razão está na reação que o açúcar provoca no seu organismo. A frutose, a parte
doce do açúcar, só é processada no fígado. Quando seu fígado é sobrecarregado,
o pâncreas produz em excesso um hormônio chamado insulina para colocar a
glicose para dentro das células, pois glicose no sangue por muito tempo é
tóxica.
Quando
sua insulina está alta no seu sangue, você não emagrece. Pelo contrário, seu
fígado transformará essa glicose em triglicerídeos que irão inflamar o seu
corpo. Pouco tempo depois de comer, cerca de 3 horas, o seu corpo já pede mais
açúcar e o ciclo vicioso recomeça. Este é o ciclo vicioso da fome.
E
como você se sente com fome? Mal, cansado, com preguiça, sem vontade de fazer
nada e, claro, com fome. Ou seja, os comportamentos que associamos à obesidade
(excesso de comida, falta de exercício) são resultados da bioquímica, não a
causa. O perigo maior é que o açúcar não está apenas nos biscoitos e
sobremesas.
O
açúcar se esconde atrás de muitos nomes, como sacarose, frutose, glicose,
dextrose, lactose, maltose, açúcar invertido, açúcar turbinado e xarope de
milho de alta frutose. Todos são absorvidos da mesma forma, portanto, o excesso
de qualquer açúcar é perigoso.
Muitas
pessoas acham que podem trocar o açúcar por adoçantes (Splenda, aspartame,
entre outros), mas eles provocam reações hormonais que geram produção de
insulina. Fazem você desejar mais comida, dão fome. Então, alimentos com pouco
açúcar e pouca gordura também são perigosos e causam doenças.
Além
do excesso de açúcares nos alimentos que comemos, há também o excesso de amidos
processados. Outro alimento que possui muito açúcar é o trigo, que está
presente em cerca de 70% dos alimentos da indústria alimentícia. Pão branco,
arroz branco, batata e cereais matinais são transformados em glicose
instantaneamente no trato digestivo.
Em
resumo, nossa indústria alimentícia oferece opções de comidas altamente processadas
e com muito açúcar que estão nos matando, nos deixando gordos e doentes. E toda
vez que esses produtos são acusados de nos fazer mal, a indústria alimentícia
reduz os carboidratos, as proteínas e os açúcares - e essas mudanças se tornam
ferramentas de marketing para vender mais. Fomos induzidos a pensar que há
alternativas mais saudáveis, diets e light dos alimentos. Mas a verdade é que
porcaria ainda é porcaria, mesmo se for um pouco menos porcaria.
O VÍCIO
A
comida processada é muito mais poderosa do que pensávamos. Há décadas a ciência
nos mostra que as drogas se apoderam dos circuitos neuronais para que desejamos
sempre mais o seu consumo. Agora a ciência nos mostra que a comida
hiperpalatável possui o mesmo efeito, e nos faz querer mais e mais.
Pesquisadores
de Princeton estudam como os ratos mudam o comportamento alimentar se beberem
água com açúcar. Em uma pesquisa recente, 43 ratos viciados em cocaína puderam
escolher entre a droga ou água com açúcar durante 15 dias. 40 em 43 escolheram
o açúcar. Em outro estudo, os ratos que tomavam água com açúcar exibiram sinais
de dependência – ansiedade, desejo e abstinência – quando o açúcar foi retirado
de sua alimentação.
Em
outras palavras, o vício em comida existe e é um fato biológico. Estudos
mostram que o cérebro se acende com o açúcar, assim como faz com a cocaína e a
heroína. Na verdade, o açúcar é oito vezes mais viciante que a cocaína. Se o
seu filho é exposto cedo a estes alimentos viciantes e com muito açúcar, ele
vai ficar viciado. A indústria sabe que, quanto mais cedo apresentar esses
alimentos às pessoas (crianças e bebês), mais chances terá de marcá-las para o
futuro. Por isso, todas as gerações nascidas depois de 1980 cresceram cercadas
por esses alimentos viciantes.
Temos
que entender que força de vontade e responsabilidade pessoal não funcionam
diante do vício. Queremos achar que a decisão do que comemos é racional, mas o
nosso cérebro vive sendo “sequestrado”. Pare para pensar, é impossível andar
mais de 30 metros em qualquer cidade sem ter o seu cérebro estimulado de alguma
forma. Postos de gasolina vendiam gasolina, agora são lojas de conveniência. E
há porcarias processadas e açucaradas nos caixas de qualquer lugar: em lojas de
brinquedos, em farmácias, em lojas de material de escritório, roupa de cama,
eletrônicos... toda loja tem porcaria ao alcance das mãos.
O
resultado é a maior epidemia de saúde pública do nosso tempo.
Em
2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou o documento chamado
relatório 916 – Relatório Técnico Série 916. No documento, eles dizem
especificamente que o açúcar é uma das maiores causas de doenças metabólicas
crônicas e obesidade, e que o seu consumo deveria ser restringido até o nível
recomendado pelos cientistas.
Não
mais do que 10% das calorias ingeridas diariamente deveriam vir do açúcar. É
claro que essa afirmação deixou os lobbies furiosos e o relatório foi reformulado.
Lobistas da indústria do açúcar recomendaram que 25% das calorias de nossa
dieta diária viessem do açúcar. 2,5 vezes mais do que a recomendação da OMS. E
com isso continuamos adoecendo!
ENTÃO
A
única forma de cortar esse ciclo vicioso criado pelo açúcar, que nos faz comer
demais, engordar e adoecer, é retirando ele totalmente da sua alimentação e
mantendo os níveis de insulina mais baixos. Nos primeiros dias pode ser
difícil, mas em alguns dias o corpo se adapta a uma nova dieta.
A
indústria alimentícia mudou o nosso foco de cozinhar comida de verdade e
frequentar a feira, para comer alimentos processados e se exercitar mais, mas
você pode quebrar esse padrão. Na próxima vez que você for comer olhe para o
seu prato e pense: este alimento parece que vem da natureza ou é um produto
cheio de ingredientes artificiais?
A
transição de comidas processadas e açucaradas para comidas de verdade começa
pelo seu garfo.
Se
você quer mesmo mudar de vida? existe uma saída para comer melhor, manter os
seus níveis de insulina baixos no sangue e, ainda, emagrecer de forma saudável.
Se
você está cansada de se envenenar e à sua família, cansou de se sentir doente,
sem disposição, com baixa autoestima e sente que precisa perder alguns quilos e
ser uma pessoa saudável, procure um NATUROPATA CLINICO e ele te ajudará a ser
mais saudável.
Adaptação Dr. Juliano Pimentel