Antroposofia
(palavra derivada do grego anthropós, homem, e sophia, sabedoria) é uma
filosofia de vida que reúne os pensamentos científico, artístico e espiritual
numa unidade e que responde às questões mais profundas do homem moderno sobre
si mesmo e sobre suas relações com o universo.
Elaborada no início
deste século pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner (1861-1925), a Antroposofia
é um método de conhecimento que aborda o ser humano em seus níveis físico,
vital, anímico e espiritual, e mostra como essas naturezas, absolutamente
distintas entre si, atuam em constante inter-relação.
Trata-se de uma
Ciência que se interessa pelos processos físicos abordados pelas ciências
naturais e também por todos aqueles processos que não podem ser materialmente
mensuráveis. Esta abrangente e organizada compreensão do ser humano e de suas
relações com o Cosmos trouxe um substancial enriquecimento a todos os campos
práticos da sociedade, contribuindo, com suas descobertas, para uma vida humana
mais íntegra.
A Antroposofia chegou
ao Brasil, mais especificamente ao Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre,
com os imigrantes europeus no começo do século. Em São Paulo, o movimento
cresceu e consolidou-se, passando então a permear e a orientar diversas
atividades profissionais.
A colaboração de
cientistas, artistas, médicos, educadores, agricultores, sociólogos e outros
profissionais das mais diversas áreas que se orientam pelos princípios
antroposóficos, tem fortalecido e aumentado a abrangências do movimento, que
propões recriar o conhecimento científico atual com uma visão artística,
espiritual e mais humanizada.
Nos anos 90, a
ciência vem se aproximando do que Rudolf Steiner chamou de “a compreensão mais
elevada das coisas”. As questões tratadas pela Antroposofia foram oficialmente
enunciadas no meio científico a partir de 1986, pela UNESCO, no Congresso de
Veneza, onde foi apontada a defasagem entre os avanços tecnológicos e a
qualidade de vida das pessoas e da sociedade no planeta. Em 1994 houve o I
Congresso Mundial de Multidisciplinaridade, coordenado pelo sociólogo Edgar
Morin, pelo artista Lima Freitas e pelo físico Nicolesu, onde se discutiu a
necessidade de o homem contemporâneo encontrar novas bases espirituais para a
vida. Podemos reconhecer nestes novos fundamentos os anseios essenciais da
concepção antroposófica de Ciência, Cultura e do homem.