Muitas pessoas não sabem como são feitos os produtos cosméticos e a
origem de seus componentes.
Veja abaixo, os ingredientes mais perigosos e observe-os atentamente
antes de comprar e utilizar qualquer cosmético.
O uso de cosméticos por mulheres e
homens é tão antigo quanto o próprio surgimento da humanidade. A revolução
industrial do século 19 trouxe aos consumidores destes produtos mais variedades
de marcas e opções de aromas, texturas e uso específico para cada tipo de pele.
Muitas pessoas, entretanto, não sabem como são feitos e a origem dos
componentes dos cosméticos. Será que realmente todos eles fazem bem à pele?
Na composição dos cosméticos usados diariamente por milhões de pessoas pode
haver ingredientes potencialmente perigosos para a saúde. Há ingredientes em
cosméticos que, quando em contato com a pele, podem trazer prejuízos ao
consumidor como, por exemplo, irritações e alergias cutâneas, até mesmo doenças
mais graves, como o câncer. Infelizmente, muitos destes cosméticos contém
ingredientes que fazem mal à pele, porém eles estão disfarçados nos produtos
que usamos todos os dias, sendo difícil sua identificação, pois os aromas e os
corantes agradáveis distraem a atenção do consumidor. Recomendo procurar produtos
com ingredientes próprios para o seu tipo de pele, isto é, eudérmicos.
Veja
abaixo, os ingredientes mais perigosos e observe-os atentamente antes de
comprar e utilizar qualquer cosmético.
Uréia: atravessa a placenta. A uréia é,
com certeza, um dos hidratantes mais utilizados em cosméticos, tanto pela sua
eficácia, quanto pelo seu baixo preço. O que muita gente não sabe, no entanto,
é que a uréia é proibida para mulheres grávidas. E o principal motivo desta
proibição é que a uréia penetra profundamente na pele e tem até mesmo a
capacidade de atravessar a placenta, podendo chegar até o feto em formação,
trazendo ao bebê conseqüências ainda desconhecidas.A fim de controlar o uso de
uréia nos cosméticos, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
determina que todas as vezes que um produto tiver na sua composição a uréia em
dosagens maiores que 3%, o mesmo deve conter no rótulo o seguinte alerta: “Não
Utilizar Durante a Gravidez”. A ANVISA ainda resolveu proibir a fabricação de
cosméticos que contenham em sua composição mais de 10% de uréia.
Parabenos:
Se comportam como se fossem os
hormônios femininos Conforme estudo realizado na Universidade de Reading, Reino
Unido e publicado em janeiro de 2004 no Journal of Applied Toxicology, os
conservantes Parabenos apresentam propriedades estrogênicas, ou seja, se
comportam como se fossem o estrogênio, um hormônio feminino. Há no mundo dos
cosméticos uma enorme utilização de produtos contendo Parabenos por gestantes,
lactantes, crianças e pacientes sob tratamentos diversos como câncer,
reposições hormonais e terapias crônicas. Hoje, o mercado possui preservantes
naturais ou mais modernos que, até o momento, demonstraram segurança,
permitindo aos formuladores o desenvolvimento de formulações mais seguras. O
mesmo jornal publicou que o uso de parabenos em produtos cosméticos destinados
à aplicação na área axilar (como desodorantes, por exemplo) deve ser
reavaliado, pois estudos recentes levantaram a hipótese de que o uso dele nessa
região pode estar associado ao aumento da incidência de câncer de mama, o que
foi confirmado em teste realizado recentemente. Os parabenos podem ser
identificados nas formulações dos cosméticos e desodorantes com diversas
nomenclaturas: Parabens, Methylparaben, Ethylparaben, Propylparaben e
Butylparaben.
Conservantes liberadores de formol:
Podem aumentar a incidência de câncer
de pele. O formol faz muito mal para a pele, mas o que a grande maioria das
pessoas não sabe é que muitos cosméticos utilizam na formulação alguns tipos de
conservantes que produzem e liberam formol na pele. Além da já conhecida
toxicidade do formol, um estudo realizado no Departamento de Dermatologia da
Universidade de Debrecen, Hungria e publicado no periódico “Experimental
Dermatology”, em maio de 2004, revelou que o formol pode contribuir para o
aparecimento de câncer induzido pela radiação ultravioleta do sol.O consumidor
pode se proteger destas substâncias observando cuidadosamente os rótulos
traseiros das embalagens, procurando pelas seguintes substâncias:
quatérnium-15, diazolidinil hora, imidazolidinil uréia e DMDM hidantoína.
Propilenoglicol risco de
alergias:
O propilenoglicol é um produto
utilizado como diluente de outras substâncias, sendo muito usado em uma ampla
variedade de cosméticos. O perigo de seu uso está nos problemas de pele que
este pode desencadear nas pessoas, como alergias e irritações. Um estudo
realizado com 45.138 pacientes na Universidade de Göttingen, Alemanha e
publicado no periódico “Contact Dermatitis”, em novembro de 2005, confirmou o
potencial sensibilizante (potencial para causar alergias) do propilenoglicol,
confirmado por um outro estudo realizado no Departamento de Dermatologia do
Hospital Osaka Red Cross, Japão e publicado no periódico “International Journal
of Dermatology”, também em 2005.Para saber se o seu produto cosmético contém
propilenoglicol na composição, verifique a palavra propylene glycol no rótulo
traseiro da embalagem.
Óleo mineral e outros
derivados do petróleo:
Responsáveis por diversos tipos de
câncer. Os derivados do petróleo, como por exemplo, os óleos minerais, estão
presentes na maioria dos produtos cosméticos, devido sua propriedade emoliente,
ou seja, hidratante para a pele. Entretanto, estudos recentes vêm associando
esses componentes ao aumento da mortalidade por diversos tipos de câncer, como
o de pulmão, esôfago, estômago, linfoma e leucemia. Isso se deve devido à
presença de um composto chamado 1,4-dioxano, uma substância cancerígena, como
relata estudos publicados nos periódicos “American Journal of Industrial
Medicine” (Departamento de Epidemiologia, Escola de Saúde Pública, Los Angeles,
CA outubro de 2005), “Contact Dermatitis” (Departamento de Dermatologia, Nagoya
City University Medical School, Japão, abril de 1989) e “Regulatory Toxicology
and Pharmacology” (outubro de 2003). Para identificar a presença desses
componentes em seu produto cosmético, basta procurar no rótulo traseiro as
palavras paraffin oil e mineral oil.
Filtros solares com benzofenonas e
derivados da cânfora:
Efeito estrogênico no organismo, o uso
diário de filtros solares é indispensável para evitar o envelhecimento e o
câncer de pele, todos já sabem. Porém, poucas pessoas são informadas sobre os
perigos que alguns componentes desses filtros geram para a saúde humana. Um
estudo realizado no Departamento de Dermatologia do Hospital Bispebjerg,
Copenhagen - Dinamarca e publicado no periódico “The Journal of Investigative
Dermatology”, em 2004, apontou a presença de fotoprotetores no sangue e na
urina, indicando que estes foram absorvidos pelo organismo. Para completar essa
informação, outro estudo realizado na Universidade Utrecht, Holanda e publicado
no periódico “Toxicology and Applied Pharmacology”, 2005 comprovou que esses
compostos imitam o hormônio feminino estrogênio. Para maior segurança, no
momento da compra de um fotoprotetor, procure nos rótulos as palavras
benzophenone e/ou 3-(4-methyl-benzylidene).
Corantes artificiais e
essências alergênicas:
Segundo estudo realizado pela Comissão
Européia de Empresas e Indústrias Farmacêuticas, os corantes (substâncias
responsáveis por colorir os produtos) e as essências (substâncias responsáveis
pelo odor agradável), podem causar alergias na pele. Portanto, para quem sofre
de alergia a cosméticos, dê preferência àqueles formulados sem corantes e com
baixo teor de essências.
Lanolina, ácido sórbico
e bronopol:
Potencial alergênico para a pele. A
Comissão Européia de Empresas e Indústrias Farmacêuticas classifica vários
componentes usados em formulações cosméticas como alergênicos (causadores de
alergia) para a pele humana. Entre eles, é relevante citar a lanolina, uma
substância obtida da lã do carneiro e comumente usada em produtos cosméticos
como substância emoliente (hidratante), podendo causar alergias locais na pele
de pessoas predispostas. Nos rótulos das embalagens, a lanolina é encontrada
como lanolin. Outros componentes são o ácido sórbico, encontrado nos rótulos
dos produtos cosméticos como sorbic acid e, por último, o bronopol, encontrado
por esse nome mesmo.
Prof.
Maurício Gaspari Pupo Coordenador da Pós-Graduação com MBA em Cosmetologia das
Faculdades Unicastelo de São Paulo, Unigranrio do Rio de Janeiro e Metrocamp de
Campinas. Diretor Técnico da Consulfarma Assessoria Farmacêutica, Editor da
Revista de Cosmetologia “In Cosmeto” e Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da
ADA TINA Cosméticos.