sexta-feira, 4 de maio de 2012

Relação Cárie, Açúcar e Flúor


O texto que vem a seguir é de um artigo do doutor Urubatan Vieira de Medeiros no site Medcenter.
Algumas partes são de extrema importância na análise da questão cárie!
"Do ponto de vista epidemiológico, a cárie e as periodontopatias continuam a formar, junto com o resfriado comum, o grupo das doenças mais prevalentes no ser humano. Os mais recentes relatos mostram que a doença cárie afeta indistintamente homens e mulheres, ocorre em todas as idades, não faz distinção entre os grupos étnicos, está presente em todas as classes sociais e em todas as sociedades humanas.
(...)
A Organização Mundial de Saúde utiliza como critério a média de cárie em dentes permanentes, por criança, aos 12 anos de idade para investigar a situação da doença nos diversos países.
(...)
O mais recente relato nos informa que os países com as 11 maiores prevalência de cárie são: 
1) Peru (7,0),
2) Jamaica e Chile (6,7),
3) Honduras (6,4),
4) Martinica (6,3),
5) República Dominicana (6,0),
6) Nicarágua e Paraguai (5,9),
7) Letônia (5,7),
8) Costa Rica, Granada, Filipinas, St. Kitts (5,5),
9) El Salvador e Polônia (5,1),
10) Líbano (5,0),
11) Brasil, Brunei, Cook Islands, Equador, Mauritius e Suriname (4,9).
Observa-se neste elenco de países que a maioria deles são latino-americanos, e dentre os fatores prováveis para explicar essa situação podemos citar o grande consumo de açúcar pela população em países que historicamente tiveram suas economias pautadas em ciclos de produção de cana-de-açúcar; pouca valorização da saúde geral e bucal herdada dos colonizadores portugueses e espanhóis, políticas públicas de saúde equivocadas e pouco comprometidas e prática odontológica pautada em modelos que não priorizam a saúde.

Por outro lado, os países que exibem as 10 menores prevalências de cárie são:
1) Togo e Rwanda (0,3),
2) Ghana, Lesotho, Libéria e Uganda (0,4),
3) Guiné-Bissau e Botswana (0,5),
4) Tanzânia (0,6),
5) China e Kiribati (0,7),
6) Malawii (0,8),
7) Djibouti e Paquistão (0,9),
8) Burundi, Etiópia, Serra Leoa, Somália e Tonga (1,0),
9) Myanmar, Suazilândia e Congo (1,1),
10) Namíbia e Senegal (1,2).


De igual forma, podemos perceber que a maioria dos países que exibem menores prevalências são países africanos e a explicação mais racional para essa situação; é a de que apesar da África apresentar alguns pólos de desenvolvimento, representado pelas capitais de alguns países, a maioria da população ainda vive em regimes tribais, distribuídos pelo interior do continente, sem acesso a bens de consumo industrializados. “Desta forma, a dieta é pautada em alimentação natural, pouco processada, e o consumo de açúcar é extremamente baixo.”
Ou seja, a informação de que a adição de flúor é bom para combater cárie, nada mais é que uma "solução" para NÃO QUERER resolver o verdadeiro problema desta doença!
Os profissionais de saúde sérios que realmente estão interessados em resolver este problema deveriam, ao invés de incentivar o uso de flúor, combater incessantemente o consumo do AÇÚCAR!
A prova está nas estatísticas mostrada acima! Alguém ainda tem alguma dúvida?
Flúor e Cárie

Atenção especial tem sido dada aos produtos fluoretados e muitos estudos vêm sendo realizados sobre o conceito do seu mecanismo de ação, métodos de utilização e os seus efeitos.
Os estudos à respeito do flúor, iniciaram há muitos anos, e surgiram à partir da sua utilização na água fluoretada. Na década de 60, estes produtos começaram a ser utilizados topicamente, tornando mais eficaz a prevenção da cárie dentária. 
Antigamente, acreditava-se que a composição química do esmalte seria de extrema importância para a resistência do dente. Desta forma, à incorporação do flúor ao esmalte dental durante a sua fase de formação, tornaria o mesmo mais resistente à dissolução pelos ácidos.
Em coerência com a teoria da época, procurava-se aumentar o flúor incorporado aos dentes durante o período pré-natal até aproximadamente os 13 anos de idade, tornando o uso tópico secundário. Hoje, entretanto, estes conceitos mudaram, pois as observações clínicas e laboratoriais demonstraram que a resistência do esmalte não está relacionada com o flúor ingerido. Estudos recentes comprovam que o efeito cariostático do flúor é decorrente da sua presença nos fluidos bucais. Portanto, é necessária a sua presença constantemente na cavidade bucal, em baixas concentrações, estando disponível durante os ataques de cárie.

Fonte: Dra. Eduarda Mendes Ferreira de Moraes – Odontopediatra