É um suplemento alimentar indicado para quem tem deficiência do mineral, mas também é associado a diversos benefícios, como controle da insulina, perda de peso e aumento da massa magra. O cromo é um mineral encontrado em alimentos como carne, ovo, cenoura, batata, brócolis, grãos, entre outros. Já seu suplemento é orgânico e contém em sua formulação química três resíduos do ácido picolínico que são ligados coordenadamente a um átomo de cromo. Quando associados, são absorvidos mais facilmente pelo organismo.
Para que serve o
picolinato de cromo?
Foi desenvolvido principalmente para quem tem uma
carência de cromo no organismo. Mas também a substância também foi associada a
diversos benefícios questionáveis. Um deles é controle da insulina. A relação
faz sentido: quando há falta desse mineral na dieta, o açúcar é absorvido de
forma mais rápida pelo organismo, aumentando a vontade por doces, pães e
massas, por exemplo. Isso aumenta os riscos do ganho de peso e de desenvolver
diabetes do tipo 2. Entretanto, há pouca evidência na literatura sobre o uso do
suplemento para esse fim. O composto também é associado ao aumento de massa
muscular.
Um estudo feito com 38 jogadores de futebol mostrou que
os que ingeriram o suplemento tiveram um aumento de músculo, em comparação com
quem tomou placebo. Além disso, há estudos relacionando o consumo à perda de
peso. Mas, assim como no caso para quem tem diabetes, faltam evidências. Uma
revisão de estudos publicada na Revista Brasileira de Nutrição Esportiva em
2016, por exemplo, foi dura com a eficácia do suplemento de cromo: além de não
se mostrar eficiente como suplemento dietético, "os estudos retrospectivos
disponíveis até o momento oferecem pouco respaldo para o uso, haja vista a
pouca eficácia sobre os indivíduos analisados com a suplementação na promoção
do ganho de massa muscular, perda de gordura corporal ou melhoras em parâmetros
bioquímicos como foi visto por métodos de análise sobre indivíduos diabéticos e
não diabéticos", disseram os autores.
Qual a função do
cromo no organismo?
O cromo é um mineral essencial que participa ativamente
do metabolismo de carboidratos, melhorando a tolerância à glicose. Dessa forma,
poderia influenciar também no metabolismo proteico, promovendo maior estímulo
da captação de aminoácidos e, consequentemente, aumentando a síntese proteica
(processo por meio do qual as células biológicas geram novas proteínas).
O mineral faz ainda com que o carboidrato consumido seja
aproveitado como fonte de energia e não fique armazenado sob a forma de gordura.
Há algumas evidências sobre a função do cromo no metabolismo lipídico, as quais
parecem estar relacionadas com o aumento das concentrações de lipoproteínas de
alta densidade (HDL, ou colesterol "bom") e a redução do colesterol
total e de lipoproteínas de baixa densidade (LDL, ou colesterol "ruim.
Quais alimentos
contêm cromo?
O cromo é encontrado em alimentos de origem animal,
vegetais, alimentos integrais e oleaginosas. Veja a seguir alguns deles:
Origem animal:
frango, carnes, frutos do mar, ovos, leite e derivados.
Frutas:
uva, açaí, tomate, banana, maçã, laranja, ameixa.
Verduras e legumes:
espinafre, brócolis, alho, cenoura, batata-inglesa, soja, milho, feijão. Alimentos integrais: pães, arroz,
massas, açúcar mascavo, farinha de trigo, levedura de cerveja. Grãos integrais: aveia, linhaça, chia.
Oleaginosas: castanha-do-pará.
Por que o picolinato
de cromo é associado ao emagrecimento?
É preciso ter muito cuidado com essa associação. Alguns
estudos tentaram mostrar os efeitos do suplemento de cromo em pessoas com
sobrepeso e obesidade, porque o mineral atuaria na redução do apetite e
aceleração do metabolismo, levando à queima de gordura e potencialização da
ação da insulina.
Entretanto, mesmo com um pequeno efeito dos grupos
suplementados com picolinato de cromo em relação à redução de peso, revisões de
estudos não encontraram resultados confiáveis para a aplicação clínica da
substância para indivíduos acima do peso. Grande parte dos ensaios clínicos foi
de magnitude pequena, o que torna a relevância clínica questionável.
É importante dizer que nenhum alimento, ingrediente ou
substância tem a capacidade de emagrecer isoladamente. Caso a suplementação do
mineral seja necessária (lembre-se que ela deve ser sempre indicada por um
profissional de saúde), o ideal é que ela seja combinada com a realização de
atividades físicas e uma dieta equilibrada, elaborada por um nutricionista.
Qual a relação do
picolinato de cromo com o aumento da massa muscular?
Segundo um artigo publicado na Revista Brasileira de
Medicina do Esporte em 2005, "o cromo poderia favorecer a via anabólica
por meio do aumento da sensibilidade à insulina, que, por sua vez, estimula a
captação de aminoácidos e, consequentemente, a síntese proteica, aumentando a
resposta metabólica adaptativa decorrente do próprio treinamento". Isso
poderia acarretar em aumento do componente corporal magro devido ao ganho de
massa muscular. Entretanto, de novo, não há evidência suficiente na literatura
para comprovar que o suplemento funcionaria para este fim.
Como tomar e qual a
recomendação diária?
O uso do suplemento deve ser feito somente com prescrição
e indicação médica ou de nutricionista. De maneira geral, a orientação inicial
é a ingestão de uma cápsula por dia antes de uma das refeições principais,
devendo a duração do tratamento ser indicado pelo profissional de saúde.
Quanto ao cromo, a OMS (Organização Mundial de Saúde) não
estabelece um valor seguro exato para a ingestão. Mas diz-se que uma ingestão
segura do mineral recomendada é de 50 a 200 mcg/dia — isso contando alimentação
e suplementação.
Quais os principais
efeitos colaterais do excesso mineral?
São desconhecidos efeitos colaterais concretos da elevada
ingestão de cromo — alcançando até 800 mcg/dia — bem como sua toxicidade. Mas
já foram relatados casos de dificuldade em se concentrar e pensar, problemas de
equilíbrio e coordenação, cansaço, perda de apetite, urina escura, icterícia,
cefaleia, insônia, diarreia, náuseas, vômitos, anemia e problemas no fígado.
Fonte: Amanda Mendes, nutricionista do Hospital Universitário
Onofre Lopes de Natal (RN); Dan Waitzberg, nutrólogo do Hospital Santa Catarina
de São Paulo (SP); Giovana Castilho, nutróloga da Rede de Hospitais São Camilo
de São Paulo (SP).
PICOLINATO DE CROMO
O picolinato de cromo é um suplemento nutricional
indicado para auxiliar no tratamento da diabetes ou da resistência à insulina,
pois possui ácido picolínico e cromo na sua composição, que ajudam a regular os
níveis de glicose e insulina no sangue.
Além disso, esse suplemento pode ajudar a reduzir o
apetite e a compulsão alimentar, podendo favorecer a perda de peso, devendo ser
usado com indicação do médico ou do nutricionista, associado à prática de
exercícios físicos e a uma dieta balanceada.
O picolinato de cromo pode ser comprado na forma de
cápsulas, em farmácias, drogarias, ou lojas de produtos naturais, e deve ser
utilizado somente com indicação do nutricionista ou do médico, que irá orientar
a dose e a forma como esse suplemento deverá ser consumido.
Para que serve
O picolinato de cromo é indicado em caso de carência de
cromo no organismo. No entanto, alguns estudos demonstraram que esse suplemento
também poderia ter diversos outros benefícios para a saúde, podendo ser
utilizado para:
Regular os níveis de
açúcar no sangue;
Auxiliar no
tratamento da diabetes ou resistência à insulina;
Regular os níveis de
colesterol ruim e triglicerídeos;
Prevenir doenças do
coração;
Diminuir a fome e a
compulsão alimentar;
Melhorar o
metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras;
Aumentar a massa muscular.
Embora tenha benefícios para a saúde, ainda são
necessários mais estudos científicos que comprovem os benefícios do picolinato
de cromo. Por isso, o uso desse suplemento deve ser feito somente com orientação
do médico ou do nutricionista.
Como tomar
O picolinato de cromo
deve ser tomado por via oral, com um copo de água, de preferência antes de uma
das refeições principais.
A dose normalmente recomendada é de 1 cápsula por dia,
devendo a duração do tratamento ser indicada pelo profissional de saúde.
Alguns estudos científicos indicam que a duração do
tratamento depende do objetivo do uso do suplemento, podendo variar entre 4
semanas e 6 meses. A dose utilizada também é variável, podendo ser indicada 25
a 1000 mcg por dia.
No entanto, é recomendado que a dose de cromo diária
esteja entre 50 a 300 mcg, porém no caso dos atletas, pessoas com excesso de
peso ou obesidade, ou quando o suplemento é utilizado para baixar o colesterol
e os triglicerídeos, pode-se recomendar o aumento da dose para 100 a 700 mcg
por dia, por cerca de 6 semanas, conforme orientação médica.
Possíveis efeitos
colaterais
Os efeitos colaterais mais comuns que podem ocorrer
durante o tratamento com o picolinato de cromo são dor de cabeça, insônia,
diarreia, náusea, dor de estômago, vômitos, problemas de fígado e anemia. No
entanto, este suplemento é na maioria das vezes bem tolerado, sendo que a
ocorrência de efeitos colaterais é pouco frequente.
É importante que as pessoas diabéticas falem com seu
médico antes de utilizar esse suplemento, já que pode ser necessário fazer
ajuste da dose do hipoglicemiante, além de, nesses casos, também ser necessário
controlar os níveis de glicemia durante o período de uso do suplemento, de
forma a evitar crises de hipoglicemia.
Quem não deve usar
O picolinato de cromo não deve ser usado por crianças com menos de 12 anos ou por pessoas que tenham insuficiência renal,
doença grave no fígado, problemas na tireoide, ou por pessoas que estejam em
tratamento com corticoides, como fluticasona,
prednisona, prednisolona ou beclometasona, por exemplo.
Além disso, esse suplemento não deve ser usado por
pessoas que tenham alergia ao ácido
picolínico, ao cromo, ou qualquer outro componente da fórmula.
O uso do picolinato de cromo também não é recomendado para mulheres grávidas ou em amamentação, pois
não se sabe se pode prejudicar o feto ou bebê, devendo nesse caso ser usado
somente se recomendado pelo médico.
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